Matheus Donay
Resolvi escrever sobre esse disco a pedido, nunca o tinha ouvido. Depois de uma semana escutando e processando, chego a algumas conclusões. Conclusões de quem teve os primeiros contatos e tinha algum conhecimento prévio, superficial.
Confesso que na primeira vez que ouvi já não aguentava mais ali pela 4ª música. Mas ok, isso é normal. A voz tão leve de Marcelo Camelo se mistura com os instrumentais simples, de guitarras discretas e por hora monótonas. Essa combinação lhe faz perguntar se essa é a mesma banda de Anna Júlia, sucesso do primeiro disco. Mudança de sonoridade essa que resultou na saída do baixista na época.
Fazendo uma analogia com o nome do trabalho, Bloco do Eu Sozinho sintetiza um carnaval na solidão. Triste, frio, melancólico. As letras ficam numa atmosfera de romantismo e sofrimento. Afinal, quem é mais sentimental que este álbum?
O que é fato, é que se trata de um disco importante. Um rock com jeitinho brasileiro, misturando guitarras e bossa-nova. Los Hermanos mudaram o modo de fazer rock no Brasil, influenciaram muitas bandas, que ouso dizer, algumas fizeram melhor que a própria referência. Se procurar pelas influências das novas bandas de indie-rock-universitário-dia-ensolarado-brasileiro, a grande maioria citará Los Hermanos.
Bloco do Eu Sozinho não é um álbum para se dançar, curtir e ficar em êxtase mas se você gosta de algo leve e orgânico, pode ser uma boa pedida. Destaque para a faixa Cher Antoine, cantada em francês, e Deixa Estar, que fogem um pouco ao padrão sólido do álbum.
Tenho a impressão de que este disco é overrated, assim como a própria banda. O que você pode levar como legado após o 'quase uma hora' de álbum é se identificar se estiver sofrendo de amor, ou então, um riff de certa música de alguma banda indie nacional.
Onde ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=M45GziO2nxY
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