28 maio, 2014

Bárbara Eugênia - É o que temos (2013)

Nota: 8,0





Matheus Donay






3 anos após lançar o seu primeiro trabalho, Journal de BAD, Bárbara volta com o que tem (como diz o nome do álbum) de melhor. O nome do disco é abrangente. Nele é abrigado o brega, a mistura, o experimento, intimismo, instrumentais trabalhados, drama e uma leve psicodelia.

A primeira faixa é um convite para continuar ouvindo o álbum. Em Coração, Bárbara já exibe logo de cara a harmonia que cerca o vocal com os instrumentos numa melodia leve e cadenciada. Um dos destaques do álbum é a regravação de uma música da cantora brega-romântica Diana, de 1976. Por Que Brigamos (I’m... I Said) cantado por ela ficou fantástico. Há quem lembre dos gritos da Elis Regina ouvindo esta música.

A carreira solo dá liberdade para parcerias com outros músicos. Neste disco, você vai encontrar em Roupa Suja uma dança entre Bárbara e Pélico. Um clássico bolero até chegar no animado refrão. Há também um dedo do Mustache e Os Apaches em I Wonder, um simples e belo folk cantado em inglês. Entre outras participações, destaque para o Astronauta Pinguim, uma referência e tanto na lida com os sintetizadores tão bem explorados no disco.

Esmiuçando música por música, se encantará com a melancolia proferida na voz de Bárbara. Uma das músicas mais interessantes é Ugabuga Feelings, onde você se depara com uma animada batida afro. Outra regravação que é um dos ícones do álbum é Sozinha (Me siento solo), do argentino Adanowsky. Recheado de referências internacionais, o disco trás ainda as canções em inglês Out To The Sun, You Wish You Get iT e a psicodélica Jusqu’à La Mort em francês, que faz lembrar de Françoise Hardy, cantora de Le Premier Banhour du Jour, famosa por ter sido regravada pelos Mutantes.


Sou suspeito para falar, pois para mim é dona de uma das mais lindas vozes do Brasil. Sou suspeito, pois tenho uma queda por vocais femininos. “É o que temos” trás consigo as velhas características da Bárbara um tanto mais maduras. Onde o brega e o chique se misturam. Onde o clássico e o experimental estão em harmonia. Uma obra é o que temos.

Onde ouvir: https://soundcloud.com/barbara-eugenia/sets/o-que-temos

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