25 fevereiro, 2015

Vespertinos - Vespertinos (2015)

Nota: poxa cara essa é uma banda independente







Eduardo Kapp



Seu sorriso doce foi você quem trouxe. 

Mais um EP aterrisa no nosso município, dessa vez nos distraindo falando sobre sabores, cores, amores e terrores enquanto, silenciosamente, um singelo folk assalta nossos cérebros. Com apenas 4 (ou 5, se você comprar a versão física) músicas, tem um bocado de coisa interessante por aqui.

Superficialmente, ouvindo a música ("Escadarias") que já tinha sido lançada (em ~videoclipe~) no mês passado, não tinha nenhuma grande expectativa por esse lançamento. Digo, é uma música o.k., não tão criativa quanto a imaginação, com inofensivos metais orbitando nos dois lados e ah, o jeito que os versos são articulados tá um tanto divertido (num bom sentido, eu acho). É  um apelo pop, a letra mais simples, talvez aquele esforço primário pra começar a compor da banda?

Mas sem stress, porque o que tem de melhor em "Escadarias" é muito bem explorado nas próximas duas faixas. "Café de Terça" é provavelmente o melhor momento da coisa toda. Em tempo, dá pra sentir algo genuíno, principalmente no lado instrumental! Digo, o volume aumenta, a voz prende a atenção, tudo vai sendo carregado nesse frenesi de pratos e teclas e aí já entra umas gaitas doidas e a coisa foi tanta que nem eles sabiam o que dizer, dando lugar aos "Ê ê ê ê". O som finalmente sai da caixa.

Dá pra ouvir bastante influência por aqui, nem só da banda de cavalos ou Fleet Foxes, mas soa quase como um supergrupo formado pelo The Antlers na sua fase recente com a Broken Family Band (lá por '05-'07). A parte boa é que o som tá se encaminhando pra algo original, a parte ruim é que essa galera soa um pouco indecisa ainda, talvez? Não é a toa que os melhores momentos são quando eles finalmente cantam o que querem cantar de verdade e danem-se os possíveis arrependimentos.

É bem provável que eu esteja me referindo a "Pro Vento Levar", que quebra tudo nesse aspecto. O bizarro é que, agora na quarta faixa, surgem alguns elementos jamais vistos até então: desde guitarras surf sutilmente organizadas, os synths sensivelmente mais notáveis e até os backing vocals soam um tanto diferentes. E claro, o solo doido das distorção. A faixa é um amontoado das anteriores com essas pequenas surpresas, quase um resumo do EP.

Tem essa pseudo-bônus-track "Na Multidão" (que por alguma razão lembra "Simple as This" do Jake Bugg) que é um gentil lembrete voz&violão dos sabores, cores, amores e terrores. É um belo EP.

Onde ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=X2OVGWXRlnc

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