26 junho, 2014

GUM - Delorean Highway (2014)

Nota: 7,8







Eduardo Kapp





"GUM" é o projeto solo de Jay Watson, atual tecladista/guitarrista (e antigo baterista) do absurdamente absurdo Tame Impala (se você ainda não conhece esses caras, recomendo clicar no "x" vermelho que fica no canto superior direito do navegador). É também guitarrista e eventual vocalista no Pond, que é outro projeto relacionado ao Tame. Enfim, esse cara é um monte de coisas.

E já era hora de ter seu próprio projeto.

A expectativa pra esse álbum era um tanto óbvia: algo parecido com Pond ou Tame Impala. Mas... PLOT TWIST: é bem original. Reza a lenda que as ideias para o álbum se originaram de um "sonho", em que Jay estava num deserto, dirigindo um Delorean (aquele carro bizarro do filme, esse mesmo). Delorean. Highway. Exato.

Inevitavelmente repleto de synths, reverb e echoes espaciais, esse é um álbum que embora falando assim pareça que vai te levar pra ~jupiter and beyond~, na verdade é um disco divertido e despreocupado. Muito diferente do Kevin, não é um trabalho tããão ambicioso e perfeccionista. É muito mais "de boa". Isso realmente me agradou, achei inesperado da parte dele.

As duas primeiras faixas são atmosféricas. Seguem a mesma linha: lenta progressão para derradeira explosão final (que frase horrível, desculpa). Mas é inevitável não dizer isso depois de ouvir "Growin Up". É um bombardeio interminável de sintetizadores. Eita.

A sequência "Misunderstanding" (cover do Genesis, muito bem feito por sinal) e "Summer Rain" é genial. Uma completa a outra. Uma é uma espécie de balada confusa e a outra é uma vazia reflexão profunda sobre.. a chuva. Isso soa ruim e tudo mas é realmente genial. Provável resultado de uma união entre Supertramp e Michael Jackson (Jay gosta de ambos). Muito interessante também a música final, com violão e tudo (será uma referência a "Moreno's Blend", do Pond?), onde dá pra ver várias características do álbum: meio shoegaze, sincero e divertido.

Mesmo vale pra "21st Century Radiation", que é montada em cima de fuzz e mais fuzz. Shoegaze-y. E ainda pro final do álbum, dá pra perceber misturas de gêneros mais antigos. Tipo "Living And Dying", que é aquela música meio 60's que você escuta e pensa "peraí, eu já ouvi isso antes". Algo entre 13th Floor Elevators e Soft Machine. Não dá pra falar mal das letras, mas não é nada de mais, também (no mesmo estilo da melodia, simples e sincera).


E é esse o meu principal problema com esse disco. Tem essas 2 ou 3 músicas que parecem perdidas, inacabadas e completamente sem-sentido. "Day of the Triffids" serve pra impressionar com os efeitos? Porque não tem nada de mais mesmo. Muita coisa que não dá pra entender por aí. Esperava mais. Enfim, é um bom álbum. Vale a pena. Dá vontade de ouvir de novo. Mas definitivamente não é o hype todo que aparentava ser.

Ainda não encontrei nenhum lugar pra ouvir online. Mas dá pra ouvir as principais músicas por aqui: https://soundcloud.com/spinningtopmusic/growin-up.






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