tag:blogger.com,1999:blog-64719441268512043882024-02-02T20:04:58.354-03:00O Notório AbacaxiMúsica. Álbuns. Opinião.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/02590997882869928996noreply@blogger.comBlogger88125tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-31037771275562843422016-01-18T14:20:00.001-02:002016-01-18T14:22:07.371-02:00Grizzly Bear - Veckatimest (2009)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cdn.pitchfork.com/albums/14074/homepage_large.ca8738cb.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://cdn.pitchfork.com/albums/14074/homepage_large.ca8738cb.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Nota: <b>10</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /><br />O Pop Barroco é aquele sonho estranho que persegue teu inconsciente, nunca te deixa lembrar do que aconteceu por inteiro, fica conversando com o maldito fantasma (ou vulto, não é algo realmente relevante) que a gente sempre acaba vendo de canto de olho quando tá sozinho no quarto ali pelas duas da manhã. Tu fica num estado de puro vazio e ao mesmo tempo debruçado por cima de todos os detalhes. Todos os detalhes.<br /><br />Eu precisava dizer isso. Pra ser sincero, mesmo que enquanto eu escreva isso ainda tenha bastante sol e bastante dia, sei que é uma questão de tempo até que essa coisa toda volte a me assombrar. É terrível. Não, sério, me escuta, guarda esse pensamento todo que tu acabou de ter! Vou tentar ser mais direto. O ponto é que, como que eu vou ignorar todos esses pianos elétricos distoantes e todos esses vocais em coro tão bem colocados e raciocinados (logo quando até a <a href="http://fuckyeahvictorialegrand.tumblr.com/" target="_blank">Victoria Legrand</a> participa dessa brincadeira toda)?<br /><br />Mesmo em 2009, todo mundo que já tinha ouvido pelo menos alguns minutos de Grizzly Bear <i>sabia</i> da busca quase infecciosa pela perfeição, da variedade de instrumentos, dos sons que começam como meros ruídos de fundo e crescem até bizarras e deliciosamente enormes experiências? Quero dizer que, fora o álbum de estréia, eles já tinham lançado alguns EPs e o próprio (conhecido) <a href="https://www.youtube.com/watch?v=OOvH1j1RNig&list=PLA1688CD91B4B084D" target="_blank">Yellow House</a>. Todos muito bons e interessantes (e tudo).<br /><br />Eu vou falar de uma vez. Os cretinos conseguiram fazer seu próprio <a href="https://www.youtube.com/watch?v=F6M-TYVUsYc" target="_blank">SMiLE</a>. Um disco intrinsecamente pensado, completamente envolvido com si mesmo e ao mesmo tempo explodindo em conteúdo (muitíssimo relevante) pro mundo exterior. Não tem como não ficar hipnotizado pela quantidade de esforço (aparentemente) colocada em cada segundo de música aqui ouvida. Na abertura mesmo, "Southern Point" não tem o menor medo de mostrar que não estamos prontos pro que virá depois.<br /><br />E aí tu se pergunta: "tanta meticulosidade não acaba sem vida?" E eu digo que não. Definitivamente não. Na verdade, poucas vezes tive tanta certeza de alguma coisa (sei que ao dizer isso acabei de assinar minha sentença de gente vindo me perturbar). É aquele caso em que, mesmo que o disco seja um bocado orientado pra cada música individualmente, ainda existe uma coesão absurda. Nenhuma faixa a mais nem a menos. Aí que chega a parte mais hipnótica do Pop Barroco: é Pop. Sim, um disco como esse, longe de ser parecido com o que domina o <i>mainstream </i>(ainda mais em 2009), tem pelo menos dois "hits". Não dá pra deixar de falar da "Two Weeks", que é praticamente (na ideia que deixei anteriormente) a "Good Vibrations" do álbum. Uma sinfonia de bolso. Os synths vibrando no fundo, imersos nos vocais! Ah, que maravilha. Bom, daí em diante tem um período de <i>preparação</i> e <i>recuperação</i>. Não de uma forma pretensiosa, mas incrivelmente lógica.<br /><br />Acho que, de um jeito ou de outro, a melhor coisa mesmo desse álbum, é que a perfeição toda não é forçada. Dá pra sentir o lado da originalidade e ambição estando muito mais à frente do perfeccionismo, sendo um a ferramenta do outro e não o objetivo. É claro que eu não tenho como te garantir isso nem nada, mas é aquele tipo de coisa que tu vai ouvindo e a cada vez parece ainda melhor que a anterior. É realmente difícil de compreender facilmente, acho que quando algo é pretensioso não tem como ser muito fundo nem nada, aí os menores detalhes acabam escapando na primeira oportunidade.<br /><br />Se você gosta de música como arte, se você gosta de arte como música ou até mesmo se você gosta de ficar confuso e ao mesmo tempo iluminado, esse um dos álbuns definitivos.<br /><br />Onde ouvir:<br /><a href="https://www.youtube.com/watch?v=F5mGYiLSYiI&list=PL_JYBJZdlL5JKnuJLnjT70oLOkit_i56c" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=F5mGYiLSYiI&list=PL_JYBJZdlL5JKnuJLnjT70oLOkit_i56c</a></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-13738423570509188282015-08-31T22:11:00.000-03:002015-09-05T13:25:38.431-03:00FKA Twigs - M3LL155X (2015)<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/08/fka-twigs-m3ll155x.jpg?w=380&h=380&crop=1" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/08/fka-twigs-m3ll155x.jpg?w=380&h=380&crop=1" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><b>Nota:</b> 9,1</span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<br />
<br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><b>Fernanda Rodrigues</b></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Sabe aqueles artistas que vão criando nome
discretamente? Tu já ouviu o nome deles uma vez, no passado, aí escuta outra
vez aqui e ali, vê como sugestão nos recomendados do Last.fm e quando vê PLAU o cara já se tornou uma das novas apostas do cenário musical do ano. Eu me
sinto exatamente assim em relação a FKA Twigs. <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nesse mês, quase exatamente um ano depois do lançamento
de seu disco <i>LP1</i>, Twigs já aparece de novo com novidade, mas dessa vez com um EP curtinho de cinco faixas, <i>M3LL155X </i>(lê-se “Melissa”). É nada mais
nada menos que mais uma de suas misturas de R&B com eletrônica e tri hop, vozes
sussurrantes e feminismo (ainda que seja interessante observar como a voz dela
se impõe melhor nesse álbum do que no anterior). <o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Desde <i>LP1</i>,
twigs já deixou bem claro pra todo mundo que não tinha problemas em apresentar temas
como sexualidade em suas músicas (aliás, já é uma espécie de característica
marcada, querendo ou não). “Two Weeks”, em 2014, já havia traduzido isso muito
bem com trechos como “Smoke on your skin to get those pretty eyes rolling/ My
thighs are apart for when you're ready to breathe in/ Suck me up, I'm healing
for the shit you're dealing”. Apesar de estarmos em pleno século XXI, vale lembrar
que falar sobre sexo, especialmente entre mulheres, ainda é um certo tabu
(cantar então, ainda mais quando não é através do hip hop ou rap, como faz a
Nicki Minaj ou, na maioria das vezes, os <i>homens</i>,
é ultrajante). Por isso que twigs é um grande expoente do feminismo musical.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Em <i>M3LL155X</i>, “I’m
your doll” é a faixa feminista da vez, tratando tanto do abuso como da objetificação
do corpo da mulher, com um vídeo mostrando justamente twigs como uma boneca
inflável e com um homem representando o amante agressivo. Apenas o fato de ela
já retratar esse tipo de situação em uma música é tipo “ei pessoal, ok. Objetificação
feminina existe, certo? Precisamos falar sobre isso sem medo”. É uma das
músicas que, junto com “In Time”, tem mais apelo pra um mainstream comercial também,
embora FKA Twigs ainda seja uma artista pouco tocada e conhecida na grande mídia.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Além disso, é importante considerar que <i>M3LL155X</i> contou com uma produção em
parceria com BOOTS, o mesmo cara que produziu o último álbum autointitulado da Beyoncé.
Até dá pra ver nesse EP da twigs algumas semelhanças com “Flawless” e “7/11”,
mas nada (absolutamente nada) que a tenha transformado em uma mais uma cópia
barata de mais uma diva do pop. Assim como Azealia Banks e Janelle Monáe, twigs tem criado um espaço único pra ela dentro da música. Pra falar a verdade, ela até mesmo tem um pouco da pegada sci-fi que a gente já viu em Monáe (dá uma lida na resenha de The ArchAndroid <a href="http://onotorioabacaxi.blogspot.com.br/2014/12/janelle-monae-archandroid-2010.html" target="_blank">aqui</a>), mas twigs não perde sua originalidade porque se diferencia com batidas desconexas e quebradas na maioria das músicas, com um ritmo que acelera e diminui a velocidade na mesma proporção quando menos se espera. Acredito que justamente por ser um pop não óbvio e instrospectivo, twigs tenha permanecido (e resistido) por tanto tempo fora do mainstream.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Seja como for, Tahliah Bebrett Barnett, <b>F</b>orerly <b>K</b>now <b>A</b>s Twigs (ela teve que adotar esse nome por causa do outro Twigs que já existe na música), através de </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">M3LL155X, </i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">deu um tapa na cara da sociedade que ainda a reconhece apenas como a >>namorada do Robert Pattinson<<. Ela não vai ser mais uma mulher que se limita a viver à sombra do cara que anda com ela, twigs é bem mais que isso, o que já deixou bem claro com a personagem Melissa que criou para o álbum. Como ela demonstrou no vídeo contínuo ( praticamente um curta-metragem de pouco mais de 16 minutos com quatro das cinco músicas do álbum) com "In Time" seguida de "Glass and Patron", quando aparece grávida e "dá à luz" a tintas e panos coloridos, twigs é dona da própria criatividade e libertação, sem precisar do empurrãozinho de ninguém pra atingir o sucesso. Ela representa a independência e o esforço que, através das suas músicas, também quer ver nas mulheres que a acompanham.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Onde ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=bYU3j-22360</span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17026363405060296057noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-31449462141539591982015-08-30T22:56:00.000-03:002015-08-30T22:56:17.095-03:00Beach House - Depression Cherry (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://res.cloudinary.com/thefader/image/upload/s----5jPhFZ--/w_760,c_limit,q_jpegmini,f_auto/z55yu23xkykt2kghwnuw.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://res.cloudinary.com/thefader/image/upload/s----5jPhFZ--/w_760,c_limit,q_jpegmini,f_auto/z55yu23xkykt2kghwnuw.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>6,0</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /><br /><br /><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Fall back into place"</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Porque será que o disco vazou tão cedo? Aliás, porque demorou tanto pra lançar? 3 anos depois do aclamado "Bloom", a dupla eco-reverberada finalmente aparece com um novo álbum. Beach House, pra quem não sabe, é um dos primeiros nomes que surgem no imaginário popular quando se pensa em dream pop atual. Simples, melódico, flutuante e sempre imersivo é o som deles, desde o início, praticamente.<br /><br />Digo, teve o "Teen Dream" lo-fi e tudo, depois o "Devotion" já foi mais adiante e era mais uma experiência de vida do que qualquer outra coisa. Basicamente, eles (Victoria Legrand e Alex Scally) encontraram um campo de som perfeito (pra eles), sempre naqueles tons dreamy e tudo. Tá, foi genial no início, mas foram poucos os momentos que tentaram sair dessa zona de conforto. O "Bloom" só deu certo por isso: inovaram.<br /><br />Mas aqui não. Muito pelo contrário. Se tu pedir pra alguém descrever genericamente o som deles os adjetivos vão com toda certeza combinar com o som desse disco. Até nas entrevistas a banda diz que resolveu ficar de boas e só fazer o que fazem normalmente e isso já era o bastante. Bom, o som genérico deles é legal, mas até que ponto isso te mantém ligado pelos seus 40 minutos de duração?<br /><br />"Sparks" é tão boa, tão genial, tão intensa. Eu só consigo pensar nessa música quando penso nesse álbum. É tipo, Sparks e o resto. Todas as outras são lado-B se comparadas. Foi o primeiro e obviamente o single que lidera a promoção do disco. Combina não só os clássicos sons deles como uma pegada bem shoegaze. Algo como Slowdive meets Cocteau Twins. Definitivamente uma das melhores coisas que eles fizeram até então. Pulsante, bem produzida, tudo no lugar. As coisas vão acontecendo e aí fica tudo escuro e tu não sabe onde tá. Como uma faísca, só que ao contrário.<br /><br />Não dá pra deixar de falar de "Space Song" ou "Levitation", que por um belo acaso estão logo antes e logo depois de "Sparks". Também algumas das melhores coisas que a banda fez em tempos. Lembra bastante o Teen Dream, na real. Ao menos, ficam na cabeça, são interessantes e tudo. Eis o grande problema: além desses sons, não lembro de nada do resto.<br /><br />Longe de ser ruim ou algo assim, só que é completamente descartável. Tu fica perdido e se perguntando se a próxima música vai ser melhor. Mais um disco em vão. Não sei ao certo, mas pelo título acho que todo mundo esperava mais. Prefiro pensar no "Depression Cherry" como 3 grandes singles e alguns lado-B bons(inhos), afinal é isso que me faz querer ouvir outra vez.<br /><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-15376557606933400692015-08-30T20:03:00.001-03:002015-08-30T20:10:38.608-03:00Thiago Ramil - Leve Embora (2015)<div style="text-align: justify;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-THI7M9HiVfc/VeOJnP-xZoI/AAAAAAAADYQ/RWcpSh56UP8/s1600/Thiago%2BRamil%2B-%2BLeve%2BEmbora%2B%25282015%2529%2B-%2Bcapa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><img border="0" height="200" src="http://1.bp.blogspot.com/-THI7M9HiVfc/VeOJnP-xZoI/AAAAAAAADYQ/RWcpSh56UP8/s200/Thiago%2BRamil%2B-%2BLeve%2BEmbora%2B%25282015%2529%2B-%2Bcapa.jpg" width="200" /></span></a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Matheus Donay</b></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Não sabia que Thiago, da árvore genealógica mais musical do Brasil (família Ramil), lançaria um álbum até ver pelas webs um link com o seu primeiro single. Esperei o álbum com um pouco de ansiedade, apesar de desconhecer a carreira dele. Um sentido instintivo até.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Desde a gestação do disco, fantasiei como este poderia ser. Sei lá, um caderninho de inquietações e/ou pensamentos aleatórios do compositor, gosto de intimismo quando não se torna ego. Quando isso rola, parece que se a gente largar o disco físico numa balança ela mal vai reagir, tamanha leveza. Algo que você sente em todos detalhes: a lomografia da capa, o nome das músicas, o encarte, enfim.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Leve também, a voz de Thiago me passa uma mistura de maturidade/juventude.Voz: um instrumento muito importante neste disco, que deixa vácuos em alguns momentos e mira todos feixes de luz pra salientar somente a ela. O single <i>Desculpa</i> foi a primeira demonstração, onde apenas alguns ruídos do baixo acompanham o vocal. Aliás, é nessa música que ele reservaria seu lugar no inferno se estivéssemos na idade média, tamanho ceticismo na letra.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O disco é moderno em vários aspectos. Um deles, é a relativa facilidade de se gravar um debut álbum numa qualidade padrão de produção. Seja por financiamento ou edital (o caso deste), as portas têm sido abertas com pequenos ventos. Outra coisa que notifiquei, que pode ser impressão minha ou não, é que raramente um artista tem lançado disco solo sem alguma parceria. E as parcerias costumam fazer as melhores músicas. Em <i>Leite e Nata</i>, um ping-pong de voz masculina/feminina (me escapa o nome de quem canta, perdona-me) cantam uma letra cheia de trocadilhos e de uma poética interessante.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No geral, o violão é quem mais dá a cara a tapa no disco. Entre uma música e outra você ouve algum violino, uma variedade de intrumentos de percussão, ares de MPB e em <i>Dizharmonia</i> uma samplezinha de <i>Strawberry Fields Forever </i>(daquele famoso quarteto inglês)<i> </i>que te pega despreparado<i>.</i></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Rio Grande do Sul nos últimos anos tem sido um polo de formação de artisas jovens e independentes. Uma safra que aumenta a oferta pra uma demanda infinita que é a de gente pra ouvir. Nesse meio, </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Leve Embora é um disco pra ouvir com as janelas abertas com o sol rachando em alguma delas. Às vezes a estética do ambiente influencia nas canções. Tá dado o recado.</span></div>
Matheus Donayhttp://www.blogger.com/profile/06581150968180722397noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-57039144899248320322015-08-09T23:16:00.001-03:002015-08-09T23:32:50.434-03:00Júpiter Maçã @Theatro Treze de Maio<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-9YGkbXnREa4/VcgJLYmCcFI/AAAAAAAADW8/l2oeEtib12s/s1600/11822355_953968334644261_4173719736444358440_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="265" src="http://4.bp.blogspot.com/-9YGkbXnREa4/VcgJLYmCcFI/AAAAAAAADW8/l2oeEtib12s/s400/11822355_953968334644261_4173719736444358440_n.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Ana Bittencourt / Rádio On The Rocks</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na última semana matutava quase que diariamente com alguns amigos sobre qual Júpiter veríamos na nossa frente neste show. Seria aquele pulsante e elétrico ou aquele com as pilhas fracas e mórbido? Dentre as várias facetas que já conhecíamos, o fato é que a espera pra ver ele foi muito grande. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">As cortinas se abriram e Júpiter tocava durante o show uma verdadeira salada mista no que tange as épocas de sua carreia. O novo, o já nem tão recente, o velho e o velho remodelado. Quando falo em novo me refiro à promessa de novo álbum que já se especula e que tudo leva a crer que terá uma roupagem mais folk. Se tiver curiosidade, procure por 'Constantine Empire', que leva a melodia de uma música sua que nunca foi gravada oficialmente: Doenças de Alma. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Modern Kid, Um lugar do caralho, As tortas e as cucas, Beatle George...Todas presentes no set. Quanto à escolha do repertório não há muito o que se questionar, talvez pudesse se reivindicar algo como a Marchinha Psicótica ou Miss Lexotan, que ficaram de fora.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas o grande ponto da noite - infelizmente - não foram os clássicos da renomada carreira de Flávio Basso. Foi quando eu e meus amigos descobrimos qual Júpiter faria a apresentação que pairou sobre o teatro uma energia de desconfiança e lamento. Visivelmente debilitado pelo álcool, o cara via na sua frente (quando não virava de costas pro público) espectadores que com certeza tinham enorme carinho, respeito e admiração por tudo o que a sua carreira já havia proporcionado.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-xF8luJGXt9o/VcgNPZ16z9I/AAAAAAAADXI/PH0Sv5zVyyw/s1600/11831700_921306227943778_7763657131352542544_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-xF8luJGXt9o/VcgNPZ16z9I/AAAAAAAADXI/PH0Sv5zVyyw/s320/11831700_921306227943778_7763657131352542544_n.jpg" width="214" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Atílio Alencar</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Q<i>uem compra ticket para Jupiter Apple, compra ticket para um filme de terror!" </i>Frase expressa pelo próprio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por vezes o show se tranformava em comédia stand-up, momentos em que ele assumia o microfone para tornar público seus contos eróticos e coisas pornográficas non-sense. Longe de qualquer moralismo, mas o uso de palavrões fora de contexto foi demasiado e não faltaram expressões e discursos que imprimissem opressão às mulheres. Júpiter Maçã mais parecia uma criança cheia de hormônios e mal educada. Apesar de tudo, recebia aplausos meio constrangidos e risadas que justificam o "rir pra não chorar".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O show, que pontualmente começou às 20 horas, teve um repertório de 13 músicas e duração de 1h e 30min. A justificativa pra um show tão demorado pro número de músicas em questão se dá pela imprevisibilidade do Júpiter, que fazia com que uma música de 4 minutos durasse 8. Errava os tempos de começar a cantar, esquecia letras, não tinha noção de espaço apesar do palco grande e até mesmo o cabo da sua guitarra era uma armadilha, já que se enrolava a todo momento. A banda, que não deixava a peteca cair, chegava a ficar minutos tocando à espera de que Flávio Basso resolvesse cantar, o que - convenhamos - cansa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por tudo que aconteceu, não há como não deixar uma menção honrosa à banda que acompanhava o músico e aos dois roadies. Era um show que não dava brecha pra distração. Os olhos de todos eram voltados para o <i>man</i>, que dava muito trabalho, chegando a sumir do palco por vários minutos. Aí, triste/brilhantemente o sintetizador assume a voz que nos deixou órfão naquele tempo de espera pra cantar artificialmente as sílabas de <i>Essência Interior</i>. Ainda acho que o ambiente contribuía pra frustração. Pois ora, se tem duas coisas que repudio assiduamente assistir sentado, elas são: jogo de futebol e show de rock. O teatro não é o habitat natural do Júpiter Maçã.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois do show, conversando sobre as impressões, é unânime o sentimento amargo. Obviamente, é um momento nobre e raro ver ao vivo canções tão clássicas como as que eram apresentadas, mas aquela coceira na cabeça, a pulga atrás da orelha, essa não tinha como evitar. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lembro-me de ter ficado meio triste no início do ano, quando anunciaram que Júpiter estava se despedindo dos palcos com dois shows acústicos em Porto Alegre, dos quais não poderia ir. Depois da apresentação de ontem, fico pensando se não teria sido melhor para o próprio Júpiter ter tirado um tempo pra si ficando longe dos palcos. A obra dele está lá registrada, intocável, ninguém apaga a história muito menos desconstrói o que significa o Júpiter e sua importância na música gaúcha/brasileira. Só que o que foi visto foi melancólico, jamais havia sentido algo ruim ao sair de um show. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É como entrar num carro com o motorista embriagado e torcer pra que não ocorra nenhuma fatalidade no percurso e chegue em casa bem. Aonde foi parar aquele menino que queria cantar como o beatle George? Júpiter precisa de ajuda, pra ontem - literalmente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><b>Matheus Donay </b></i></span></div>
Matheus Donayhttp://www.blogger.com/profile/06581150968180722397noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-50905090278206537612015-07-17T20:53:00.001-03:002016-01-18T14:15:31.399-02:00Pedro Pastoriz - 1 (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-MIW35ZpEGoU/Vp0Pm8bbk2I/AAAAAAAADm4/FqvoW_Hou2Y/s1600/1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://2.bp.blogspot.com/-MIW35ZpEGoU/Vp0Pm8bbk2I/AAAAAAAADm4/FqvoW_Hou2Y/s200/1.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><b>Matheus Donay</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Geralmente quando paro pra ouvir
um álbum do início ao fim passam muitos pensamentos pela cabeça. Obviamente, a
maioria deles pré-moldados, ainda não lapidados e muitas vezes precipitados. Tive uma
sensação boa-estranha ao ouvir o "1", disco do Pedro Pastoriz. Fui com uma
boa expectativa, impulsionado pela banda que ele faz parte, o Mustache & Os
Apaches.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Gosto das culturas regionais e
como elas estampam bem ‘seu território’ nos acordes, letras e na pura essência.
Por outro lado, acho muito interessante quando alguém que não é do habitat abraça
um gênero longínquo. Acho que o brasileiro Pastoriz tirou de letra interpretar
o folk raiz americano, um pouco diferente daquele folk mais pop do
Mustache. Aliás, muita gente brasileira conhece o folk, mas desconheço artistas
do ramo (se alguém souber, por favor, me indique). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Para os apreciadores do futebol:
sabe quando tu começa a lembrar/imaginar os velhos cabeludos de chuteira preta
e bigode? Pois é. Esse é o feeling do 1. Gravado em 1 TAKE em FUCKING 40
MINUTOS, direto no vinil. Romantismo puro. Reza a lenda que o cara TIROU O
CABAÇO do Brasil nesse tipo de gravação. A grosso modo, já imaginou deixar teu
celular captando som, pegar um violão e uma gaita e gravar um disco? Mahomenos
isso que rolou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Ainda essa semana conversava com
<i>o outro rapaz que escreve neste blog</i> sobre alguns folks dos anos 40s, os
métodos gravação e a vibe toda do cenário. Curiosamente na mesma semana sai
esse álbum, com características muito marcadas da época. Desde o simplório instrumental,
o jeito de cantar e a qualidade do som. Nesse vídeo dá pra sacar o quão roots é
a coisa, <a href="https://vimeo.com/125068399">https://vimeo.com/125068399</a>.
Um disco que sinceramente poderia se chamar “Ao vivo no estúdio”.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">A gravação crua desse tipo nos
permite apreciar as minúcias que só a simplicidade nos oferece, longe de
qualquer trabalho de mixagem, efeitos, pedais e toda essa parafernalha. Tipo
quando o cara resolve aumentar a voz e vazam uns ecos ambientes. Rola isso
bastante em <i>Figurantes do Showbizz</i>. Ou então em <i>Sheik</i>, onde rolam aqueles
barulhos de quem bate no microfone ou coisa do tipo.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">O cara falou que vai sair tocar
na rua, cafés, brechós e onde seja que role um espacinho. A começar pela
Europa. Parece que rola toda uma estética em volta, com cenário e tals. As
letras, que foram escritas nos States, também entram nessa. Uma roupagem
clássica do folk.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Sinceridade é o ponto forte do
trabalho. As letras, as palhetadas, o take NUDE. Raras as vezes em que senti
proximidade com o artista, mesmo que seja um sentimento abstrato. Se a intenção
era tocar o ouvinte por este viés, acho que o cara teve êxito.</span><br />
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "verdana" , sans-serif;">Onde ouvir: https://soundcloud.com/pedropastoriz/sets/pedro-pastoriz-1</span></div>
Matheus Donayhttp://www.blogger.com/profile/06581150968180722397noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-34131521939978519542015-07-16T14:48:00.000-03:002015-07-16T15:02:31.430-03:00Tame Impala - Currents (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/05/tame-impala-currents-details-release-date-tracklist.jpg?w=807" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/05/tame-impala-currents-details-release-date-tracklist.jpg?w=807" width="199" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>6,5</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br /><br /><br />Meu indicativo de popularidade absurda de uma banda é quando o som deles chega, de alguma forma, aos ouvidos da minha mãe (eu sei que tu não tem tempo de ouvir mais músicas e tudo, não se ofenda ok mãe). Pois então. Ela, assim como vocês, conhece e aprecia o hit-single-psych-pop-bliss "Feels Like We Only Go Backwards". Essa música, parte do também enorme e absurdamente bom "Lonerism" levou o Tame Impala aos headlines de vários festivais importantes. Literalmente, eles passaram os últimos 3 anos em tour contínua, sempre nos maiores e melhores lugares.<br /><br />No início underground, fizeram o nome com seu som meio garage-stoner-psych rock ("Tame Impala EP"), evoluindo pra algo mais <i>atmosférico </i>e <i>espacial</i> no primeiro full-lenght "Innerspeaker". Até aí, era um "revival-moderno" que tinha um público alvo mais limitado e tudo. Se o Kevin continuasse só com isso, já teria um lugar garantido tanto na crítica quanto nos circuitos de shows.<br /><br />Só que: ele seguiu mudando. Em 2012 é lançado o segundo LP, "Lonerism". Genial, popular, inovador. Realmente colocou o Tame Impala no topo. Gerou uma porção de bandas nessa mesma direção, rendeu um pesadelo pra vários grupos que "soam como Tame Impala". Bom, desde 2012 Kevin foi lentamente alterando seu estilo, fazendo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=dfqJkl5LdnM" target="_blank">algumas jams mais eletrônicas</a> e menos trabalhos centrados na guitarra.<br /><br />Aí que começa essa aproximação cada vez mais pop. Na verdade, o próprio Lonerism, embora não "pareça", é supostamente inspirado em coisas como.. Britney Spears. Entre isso e aquilo, Kevin postou uma porção de covers (desde Michael Jackson até OutKast) e rolou um EP com o Flaming Lips, um tocando as músicas do outro.<br /><br />As entrevistas só repetiam isso: "Kevin diz estar ouvindo mais pop" "Kevin não consegue mais controlar a vontade de fazer pop" etc etc. Pra coroar, veio a <a href="https://www.youtube.com/watch?v=-OWkLF2HLp0" target="_blank">participação</a> no "Uptown Special", do Mark Ronson. E pra deixar bem claro: nada disso foi ruim. Muito pelo contrário. Fui ficando cada vez mais fascinado pela ideia de um futuro disco s<i>uper-edgy-pop-psicodélico. </i>Quem sabe íamos nos deparar com o próximo Pet Sounds?<i> </i>Foi por essa época que o "Currents" finalmente teve uma data mais ou menos prevista pra lançamento. O hype já tava crescendo exponencialmente.<br /><br />"Let It Happen": a odisseia pulsante entre loops e viradas de knob, sintetizadores gigantescos, analógicos, a pista que todos os fãs precisavam pra colocar ainda mais fé nesse disco. O mesmo vale pras outras faixas que foram lançadas pela mesma época. "Eventually", "Disciples" e "'Cause I'm A Man". Todas apontavam pra uma mesma direção: disco, groovy-funk, pop (e quiçá umas gotas de vaporwave). No início fiquei meio assim, não parecia ser ~tudo isso~, meio abaixo do potencial esperado e tal. De qualquer forma, "Eventually" e "Let It Happen" acabaram melhorando muito depois de alguns dias, são definitivamente algumas das melhores músicas feitas por Parker até então.<br /><br />Quando finalmente consegui ouvir o disco, fiquei todo errado. "Nangs", que tinha aparecido como trilha pra um vídeo-prévia do disco tava lá como <i>música</i>. Qual é. 1 minuto e 48 segundos da música que praticamente todo mundo ficou querendo mais. Depois passar os primeiros 30 segundos achando que eu tinha colocado <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ST86JM1RPl0" target="_blank">"Everyone Wants To Rule The World" do Tears for Fears</a> pra tocar, quando na verdade era a faixa 3 "The Moment". Não foi algo exatamente agradável.<br /><br />Mas fora isso, a primeira metade do disco é quase impecável. "Yes I'm Changing" diz muito sobre as intenções do Kevin no disco, que praticamente tenta mudar a visão sobre álbuns "de rock". Como ele disse, tenta convencer prog-70s-heads que dá pra unir o som deles com alguns synths dos anos 80. A produção tá muito melhor. No duro, a confusão sonora de algumas coisas dos discos anteriores não passa nem perto. O perfeccionismo nas layers chegou a níveis inimagináveis. Tá tudo no lugar, certinho, cuidadosamente pensado. A temática toda das letras é meio break-up songs. Deve ter algo a ver com o fim do relacionamento com a Melody Prochet (da Melody's Echo Chamber). Mas isso de uma forma bem 80's, não tão "abstrata" e aérea quanto nos discos anteriores. "[..] and gazing out the window, as I ascend into the sky" em 2010 agora é "[..]she was holding hands with Trevor, not the greatest feeling ever" <i>(ok eu sei que foi uma comparação meio nonsense mas deu pra sacar o ponto)</i><br /><br />O problema, no entanto, não é a mudança do estilo, mas o disco como um conjunto. Enquanto tem essas baladas-espaciais-melancólicas geniais, ou esses sons mais pulsantes e explosivos, tem umas músicas completamente desnecessárias só pra tomar espaço. Os vocais em algumas músicas parecem vazios e sem muita vontade. Parece que, em algum ponto da história toda, o Kevin se transformou numa mera máquina de fazer músicas. Acho que ele vê seu "Eu" produtor separado do Eu artista. Bizarro.<br /><br />Tem essa "Past Life", com uma voz grave e modificada, mais te deixando desconfortável e confuso do que "intrigado". Aí no single "'Cause I'm A Man" é a mesma coisa óbvia e previsível a música toda. Depois daí, sinceramente, eu só consigo lembrar daquela linha "does it really fucking matter?" em "Love/Paranoia" (que mesmo assim só falta alguém chegar e falar "d-d-drop the bass" pra completar a brincadeira). As outras, nem fazem falta ou te deixam afim de ouvir de novo.<br /><br />Ou seja, tem essas músicas geniais, o Kevin tá tomando riscos, não tá na zona de conforto, é a melhor direção que se pode tomar artisticamente: seguir se desafiando e tudo. Isso nos mostra que o Tame Impala é ainda maior, se reinventando e explorando. Mas aparentemente ele não conseguiu tornar isso agradável no todo, acabando com uma coisa meio repetitiva, fraca e previsível. Vale muito até a metade (com ressalvas), depois é uma combinação de tristeza e tédio.<br /><br />Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=gq_qFBJkOI4" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=gq_qFBJkOI4</a></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-78209588249602154222015-07-15T18:20:00.001-03:002015-07-15T18:20:45.931-03:00Florence + The Machine - How Big, How Blue, How Beautiful (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/02/sleeve.jpg?w=350&h=350&crop=1" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/02/sleeve.jpg?w=350&h=350&crop=1" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Nota:</b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;"> 7,9</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><b>Fernanda Rodrigues</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Sempre que eu vou ouvir alguma música de Florence + The Machine eu me lembro da apresentação que eles fizeram no Rock in Rio 2013 e
de como eu fiquei muito irritada por ela não cantar e ficar correndo de um lado
pro outro no palco, como se estivesse recebendo alguma entidade (embora,
convenhamos, Lorde ainda faça isso nas suas apresentações melhor do que
Florence. Mas enfim, se você quiser dar uma olhada, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=lsN47ppWM4A">aqui</a> tem um vídeo em que ela até canta, mas aposta uma corridinha consigo mesma pra lá e pra cá no
palco, como se a emoção demasiada que estivesse sentindo naquele momento fosse
a real culpada de ela precisar extravasar em alguns passos). Em suma, onde eu
quero chegar é nisso: Florence Welch sempre quer colocar alma, espírito,
sentimentos, loucura, confusão – sei lá quais outros adjetivos usar, mas é no
sentido de querer desestruturar aqueles que, porventura, venham a ter a ousadia
de ouvir seus álbuns. </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;"><br /></span></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Depois de um jejum de quatro aninhos
sem novas produções, a gente já consegue ver a novidade logo na primeira faixa,
“Ship To Wreck”. Ao contrário da maioria das faixas da banda (principalmente as
escolhidas para abertura dos outros dois álbuns, vide “Only It For A Night” e
“Dog Days Are Over”), “Ship To Wreck” já começa a todo o vapor, não evoluindo
aos poucos como era de costume (até mesmo “Drumming Song”, em <i>Lungs</i>, que é uma das mais agitadas da
banda, não <b>começou<i> </i></b>tão agitada quanto).<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Por outro lado, se formos falar em semelhanças,
elas também existem e mesmo assim não prejudicaram o álbum. Como era de se
esperar, a marca principal continua sendo os agudos de Florence – a sua voz
parece ter sido feita pra interpretar as músicas de <i>How Big, How Blue, How Beautiful</i>. Ela consegue transformar tanto
tragédia quanto romance nas coisas mais lindas do mundo. É só olhar pra
“Various Saints and Storms”: a letra toda é meio depressiva e destinada pra
quem tá bem triste™ (“I know you’re bleeding, but you’ll be ok// Hold on to
your heart, you’ll keep it safe// Hold on to your heart, don’t give it away”),
mas ainda assim, na voz de Florence, a tristeza parece uma coisa tão sublime de
se sentir que dá até vontade de ter uma autopiedade pelos quatro minutos e
pouquinho da música.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">A faixa que deu nome ao álbum, por sua
vez, tem algo que lembra o som de “Cosmic Love”, lá de <i>Lungs </i>(novamente), com uma entonação meio
divina-barra-espiritual-barra-transcendente. A religião vem agora na forma de
“Delilah” (a Dalila de Dalila e Sansão mesmo) e “St. Jude”, como até Deus já
apareceu em “You’ve Got The Love” em outro momento. Aliás, “St. Jude” é a
música com o instrumental menos produzido, mais simplesinha, como se fosse uma oração
humilde à santa das causas perdidas para Florence conseguir deixar um amor pra
trás, ainda que ela esteja se lamentando.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: #eeeeee; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">Todas as músicas, no geral, não fogem
muito desse tom intimista e confessional, para falar a verdade, como se estivéssemos lendo o diário
de alguém (um alguém muito depressivo, diga-se de passagem, mas que vem
tentando melhorar). <i>HB HB HB</i> é mais
um álbum que reflete o mundo conturbado e caótico que é o interior da cabeça de
Florence, sendo muito bem sustentado pelo instrumental da banda (destaque para as
guitarras em “What Kind Of Men” que fizeram da música uma das mais intensas)
que consegue acompanhar o ritmo da vocalista, o qual, convenhamos, não é nada
estável. Florence também não se importou em deixar a indireta de que o "Man" da faixa dois
provavelmente é seu namorado James Nebitt, com quem a relação sempre foi de
vai-e-vem, ou de falar sobre como as pílulas (citadas tanto na música de
abertura quanto em “Delilah”) e a bebida foram (talvez ainda sejam) suas
companheiras na hora que ela sente seu mundo desabar sobre seus sonhos. E isso deixa bem claro que esse último álbum tem um pé mais bem fixado na realidade do que seus antecessores. <i>Lungs </i>e <i>Ceremonials</i> eram mais etéreos e sombrios, acima do mundo material.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: #eeeeee; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">O sofrimento de Florence (apesar de ser aparentemente maior do que o de qualquer outra pessoa) aparece agora de uma forma mais real, com um uso mais "convencional" da guitarra, não constantemente atrás de atingir um ápice mítico, como nos outros álbuns. Pra concluir: Florence + The Machine desbloqueou, através de <i>How Big, How Blue, How Beautiful</i>, o nível 3 da carreira (geralmente o momento de queda de muita bandas) e passou para a próxima etapa.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: #eeeeee;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: #eeeeee; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">May the odds be ever in their favor.</span></span></div>
</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="background: white; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<span style="background: white; font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">Onde ouvir: <a href="http://tracklist.com.br/ouca-na-integra-how-big-how-blue-how-beautiful-novo-album-do-florence-the-machine/29971">http://tracklist.com.br/ouca-na-integra-how-big-how-blue-how-beautiful-novo-album-do-florence-the-machine/29971</a></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17026363405060296057noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-83597509434982011292015-07-11T20:12:00.001-03:002015-07-11T20:13:59.403-03:00Unknown Mortal Orchestra - Multi-Love (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cdn.pitchfork.com/news/58350/ba4b63db.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://cdn.pitchfork.com/news/58350/ba4b63db.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>7,4</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Eduardo Kapp</b><br /><br /><br /><br /><br />Fico tentando entender como funciona uma mente humana que compõe as melodias mais pop em meio a tanto isolamento e solidão. Quero dizer, como é que quase 2 anos trancado numa garagem podem te fazer ter qualquer ideia musical que não soe como algo absurdo? Bom, não podem. As influências tavam lá, o contexto e a vontade também, mas aparentemente isso não foi o bastante pra tirar uma das características principais do Neo-Zelandês Ruban Nielson: O som exótico e estranho.<br /><br />Na verdade, nos últimos lançamentos não foi muito diferente. Tem várias ideias pop que, caso produzidas de forma diferente poderiam ser, sei lá, um baita hit ou algo que o valha. Secret Xtians, Little Blue House, How Can U Luv Me e tantas outras. Felizmente ou não, Ruban prefere torcer essas ideias, destruir o caminho linear e acessível, encher de camadas e texturas, tocar uns solos doidos sem palheta, deixar tudo soando meio explosivo e <i>raspy</i>.<br /><br />A temática dominante aqui é um bocado óbvia. O nome do disco e tudo... Enfim, as linhas celebram uma curta experiência de Poliamor que o Ruban e sua esposa tiveram com uma terceira pessoa. <i>"Multi Love has got me on my knees, we were one, and then we got three". </i>Embora não seja muito aparente, Ruban é pai de 2 filhos e é casado e tudo, então dá pra imaginar o quão doido e intenso deve ter sido essa experiência.<br /><br />Não sei, tem toda essa inclinação pra algo mais <i>groovy</i>, funk-y e essa coisa toda. Gostei bastante dessa direção, mas por alguma razão, as músicas parecem não chegar a lugar nenhum. "Like Acid Rain" é explosiva, tem várias partes boas, mas parece algo completamente sem razão de existir. É o famigerado "tá, eaí?" que tu sente depois de ouvir. Dá pra sentir isso em quase todas as músicas, na verdade. Poucas se salvam.<br /><br />Não dá pra deixar de dizer, no entanto, que a produção continua muito criativa. A qualquer instante, são várias camadas cuidadosamente organizadas. Extremamente exótico. "Can't Keep Checking My Phone" te leva pra outros mundos, definitivamente. Tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. De novo, isso parece ser a melhor e a pior coisa por aqui. Se nessa faixa esse é o ponto positivo, em outras como "Stage or Screen" parece meio.. <i>over</i>produced (vide aquela quebra de continuidade sem noção ali pelo finalzinho da música). Entende?<br /><br />Bom, mesmo tendo essas melodias confusas, felizes e tudo (algo como um álbum do Prince produzido pelo Wayne Coyne), as letras são muito intensas. Muito mais que os anteriores, aparentemente. O self-titled e o "II" soam mais como alguém divagando sobre sentimentos estranhos e distantes, enquanto no Multi-Love é muito mais concreto e direto. O próprio Ruban comentou em várias entrevistas que essa relação toda foi praticamente a coisa mais marcante de toda sua vida.<br /><br />E eu gosto bastante dessas coisas estranhas e experimentais. O problema é que o Ruban não soube tornar essas experimentações lá tão interessantes como tinha conseguido anteriormente. No duro, as melhores partes da coisa toda são onde, aparentemente, ninguém tá tentando soar como nada e só tá deixando acontecer: leia-se "Necessary Evil" (com a parte dos metais sendo tocada pelo próprio pai do Ruban) e principalmente "Puzzles". "Puzzles" é definitivamente o ponto alto do disco. Parece algo com vida própria, que nem deveria fazer parte desse disco. E claro: os teclados tipo-supertramp da faixa título, que é genial por si só.<br /></span><br />
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ByYvTra8zWw&list=PLAnADJJTXDSq45D-a4pv_65CwIEErpXsf" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=ByYvTra8zWw&list=PLAnADJJTXDSq45D-a4pv_65CwIEErpXsf</a> (só parte das músicas estão no youtube :/ )</span></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-61670837886868230642015-07-07T00:16:00.001-03:002015-07-07T00:23:28.190-03:00Esteban - Saca La Muerte De Tu Vida (2015)<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7tRPyshO8Fu9dFFNmHeA0pjf1fGgkNCg84aSieGu6H8nn6DylMZVSNaKL-F5emEwq5tOkDi8YnGoR6ZaSsuARfTvb9HI1HdTedAweLeIsVa1W6lWl_z7omWq7Lk3J2cg7lyBuWwM0Pr_m/s1600/slmdtv.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7tRPyshO8Fu9dFFNmHeA0pjf1fGgkNCg84aSieGu6H8nn6DylMZVSNaKL-F5emEwq5tOkDi8YnGoR6ZaSsuARfTvb9HI1HdTedAweLeIsVa1W6lWl_z7omWq7Lk3J2cg7lyBuWwM0Pr_m/s1600/slmdtv.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Por Matheus Donay</b></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i><br /></i></span>
<i style="font-family: Verdana, sans-serif;">Saca a morte da tua vida.</i><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O comentário que circulava entre os amigos mais ansiosos pelo lançamento do álbum era massivamente um. Um desejo, aliás: tomara que o cara não abandone aquela melancolia que fez a gente gostar afu o primeiro álbum. Se o debut Adiós, Esteban! era uma espécie de <a href="http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,apos-17-anos-guns-nroses-lanca-chinese-democracy,281451"><i>Chinese Democracy</i></a> do cara, até que a burocracia pra lançar o SLMDTV foi tranquila.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A ideia que eu tenho é que o Tavares, inteligentemente eu diria, se apoia muito na estética em seus trabalhos. Olhe para o nome do projeto, o nome dos discos (em espanhol) e a sua imagem de quem faz música latina e pampeana (o que não é mentira, mas não abraço como verdade integral). O cara nunca poupa esforços pra dizer que "Minhas influências são Fito, Charly García..." enfim, os ícones. </span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Duas músicas levam a pecha de Chacarera no álbum (<i>Chacarera de Saudade</i> e <i>Chacarera 2</i>). Aliás, duas versões de uma mesma música (a segunda é cantada pelo Pirisca Grecco, cantor tradicionalista gaúcho). Outra leva no nome Tango (<i>Tango Novo</i>), e curiosamente nenhuma das citadas defende com fidelidade o gênero da referência. Fica a brecha pra corneta: LA COPA SE MIRA Y NO SE TOCA,TABARES. Fora essas coisinhas distorcidas de folclore eu arrisco dizer que são as melhores do disco, heheh.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Libertad, libertad! </span></i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Uma coisa que ficava bem perceptível em entrevistas era que o que incomodava muito a carreira do cara era o mercado. Gravadora, liberdade pra criar, aquele mala do Rick Bonadio </span><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Mais-valia" style="font-family: Verdana, sans-serif;">se apropriando do trabalho alheio</a><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, uma penca de entraves. Parece que desta vez a coisa fluiu, liberdade total pra criar e tudo más. Ficou meio eclético até, quando se encontram canções de tendência regionalista e outras que lembram os tempos da Abril, sua primeira banda.</span></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sempre achei a lírica do Esteban muito apurada, cheia de sacadas, joguinho de fonemas e tal. O disco conta com isso, mas o que me chama atenção é a letra de <i>Me Sinto Humano</i>. Me lembra muito meus poemas de ensino médio heheheh. "Me sinto humano / Quando tenho medo e fico congelado / Quando estou feliz por estar alienado / Quando o Grêmio toma um gol do Colorado / A dez minutos do final". Com direito a narração de gol do <i>clube del pueblo</i> no final.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pra não perder o trem das ALEATORIEDADES do álbum, um dos ápices pra mim é na transição pra voz da Tay Galega em Tango Novo, quando rola um teclado que se um pouco mais trabalho vira uma psicodelia COGUMÉLICA do <a href="https://www.youtube.com/watch?v=dS_d-QD1dOo">Youth Lagoon</a>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><i>Em time que tá ganhando não se mexe, </i></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">e não são poucas as músicas do Saca La Muerte de Tu Vida que lembram as canções do Adiós. </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">Janeiro</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, por exemplo, tem linhas de acordeon e guitarras bem leves, acompanhadas de um vocal arrastado y doloroso. É o mesmo esquema de </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu sei, você esqueceu</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, faixa do primeiro disco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Sclmdtv é o sofrimento do homem de alpargata. É um embrulho de medicamentos pra dor de cabeça, drogas lícitas e uma espécie trovadorismo que não é xucro, mas bonito. Segue a linha do primeiro álbum, não decepciona, se arrasta às vezes, mas prende. O resto você descobre sozinho, ouvindo aqui: </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=y5zPDSalzt8">https://www.youtube.com/watch?v=y5zPDSalzt8</a></span></div>
</div>
Matheus Donayhttp://www.blogger.com/profile/06581150968180722397noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-40761286871870027552015-06-12T22:02:00.000-03:002015-06-16T10:59:23.811-03:00American Football - American Football (1999)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://f1.bcbits.com/img/a3216079630_10.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://f1.bcbits.com/img/a3216079630_10.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b><br />Michel Peixoto<br /></b></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br />But that's
life, so social..<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O American
Football com certeza é uma das bandas mais influentes do emo (e com menor vida
também), mas pra falar disso, é necessário voltar um pouco no tempo. Pra começo
de história, Mike Kinsella, vocalista e guitarrista da banda, é uma das mais
importantes figuras da chamada "segunda geração" do emo. No fim da
década de oitenta, ele e seu irmão Tim Kinsella, influenciados por bandas como
Rites Of Spring, Embrace e algumas características de outros estilos musicais como
o jazz, formaram o Cap'n Jazz. A banda gravou alguns singles, um ep e um álbum
antes de seu fim e depois cada integrante criou seu próprio projeto, sendo o de
Mike Kinsella o American Football. O Cap'n Jazz, por ter dado vida a muitas
outras bandas e a tantas diferenças sonoras que passaram a existir dentro da
cena, tem um papel tão importante quanto ao que caras como Ian MacKaye e Guy
Picciotto tiveram no começo de tudo.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Relacionamentos
frustrados, incertezas, despedidas e reflexões em atitudes pessoais são o prato
principal das letras do disco. Verdade seja dita, Mike Kinsella é um contador
de histórias, isso é notável tanto no seu trabalho com o American Football
quanto no seu projeto solo, o Owen, onde suas letras aparecem sempre com muitas
histórias/experiências pessoais e citações de seus autores e obras literárias
favoritas.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O álbum
começa já com a polirrítimica "Never Meant", que além de ser a música
mais marcante da banda, é um ótimo jeito de começar, pois é capaz de mostrar o
que vamos encontrar durante o resto do álbum: dinâmicas, afinações nada
convencionais, o timbre de voz agudo que o Mike Kinsella tinha na época com
seus vinte e dois anos e todas as ambientações/atmosferas e situações que esse
álbum é capaz de te colocar. <br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"I'm
thinking about...leaving" é o primeiro verso de "The Summer
Ends", uma das músicas mais tristes deste álbum, onde desde a primeira
nota da guitarra até o último verso te ambientam em um cenário de despedida. Ao
ouvir essa música pela primeira vez, achei os versos bem bobos e simples. Só se
tornou impactante de verdade depois de escutar mais algumas vezes e ver que
cada elemento presente (as guitarras que ficam indo e vindo em algumas partes,
os versos e até mesmo o trompete da introdução) de alguma maneira me ambienta
na situação da música. <br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"Honestly"
é uma das minhas favoritas do disco e já entra com um riff marcante que se
estende durante a primeira parte da música. Na segunda parte, a banda faz uma
progressão instrumental em cima de uma variação do acorde aberto da afinação e
ao longo dela, mais guitarras vão aparecendo e se somando a bateria que vai
acompanhando e fazendo algumas mudanças até o final onde aos poucos todos os
instrumentos vão se despedindo em um fade out.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Depois vem
"For Sure", que logo de cara, tem um trompete que se junta ao baixo e
faz com que a música navegue dentro da sua tonalidade enquanto a guitarra faz
algumas variações do riff principal até o final. É uma das mais curtas e
diretas do disco. "You Know I Should Be Leaving Soon" pra mim sempre
vai ser uma música estranha, interessante, e ao mesmo tempo de transição. Por
algum motivo que eu nunca vou entender, essa música me deixa um pouco
apreensivo, com dúvida sobre alguma coisa que esteja acontecendo ou que vai
acontecer. A bateria com a levada jazz é o ponto forte da música, que muda um
pouco dali e quebra um pouco de acolá. Se fosse pra dividir este disco em duas
partes, seria depois dessa música, é a partir do final dela que as coisas se
agitam um pouco.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">"But
The Regrets Are Killing Me" é um pouco diferente das demais do disco por
não ter partes com tanta progressão e uma maior variedade dentro de sua
estrutura devido ao seu instrumental mudar constantemente. Um exemplo disso são
as guitarras que mudam pelo menos três vezes na música, sempre trazendo uma
nova linha/passagem ou riff. Assim como "For Sure", também é uma
música direta, mas com um instrumental muito mais técnico. Fazendo uma
comparação, essa música me remete muito ao som que o This Town Needs Guns(ou
TTNG, como quiserem) faria um bom tempo depois. <br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que mais
me chama atenção em "I'll See You When We're Not Both So Emotional" é
a presença maior do baixo na mix (o que não tinha acontecido até então) e este
fazendo junto da bateria um groove até mesmo dançante (depois deste turbilhão
de frustração, solidão e despedidas, ainda da pra dançar?). Outro ponto
interessante é a bateria, onde a influência jazz é ainda mais nítida e traz
quiçá as levadas mais complicadas do disco inteiro.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Música mais
longa do disco, "Stay Home" traz no título um ótimo conselho, não? A entrada das guitarras, preenchendo os espaços deixados por uma
ou por outra, a "abertura" da bateria, onde no começo é possível
somente ouvir um som seco e oco na mix que depois vai se tornando mais claro junto
com o baixo. Aliado a tudo isso, aparecem versos curtos, mas que são
suficientes pra te fazer refletir bastante sobre o que o título diz.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acho que "The
One With The Wurlitzer" é um final justo para o disco, já que nela aparecem
todas as características apresentadas anteriormente em outras faixas. A música
começa com um fade in trazendo primeiramente o wurlitzer em um tema principal e
depois a presença da bateria, baixo, guitarras e um trompete na mix. À medida
que a música anda, o wurlitzer segue seu tema, as guitarras se juntam aos
poucos e a bateria leva tudo isso com o baixo, criando um clima de despedida e
faz parecer que tem alguém te dizendo um “tchau, até breve” com um sorriso no
rosto.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Onde
escutar: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=MqRNSwXQUwA" target="_blank"><span style="color: blue; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;">https://www.youtube.com/watch?v=MqRNSwXQUwA</span></a> aqui tem o
re-lançamento do álbum em versão deluxe que a polyvinyl records fez ano passado
que além das músicas originais, essa versão traz gravações velhas de ensaios da
banda e uma música inédita, "The 7's".<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Caso alguém
ficou em curioso/curiosa sobre as outras bandas que surgiram após o fim do
Cap'n Jazz, deixo aqui algumas recomendações.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Joan Of
Arc: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=nmpC0zkCs7w" target="_blank"><span style="color: blue; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;">https://www.youtube.com/watch?v=nmpC0zkCs7w</span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">The Promise
Ring: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=rx5xIZB5T_M" target="_blank"><span style="color: blue; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;">https://www.youtube.com/watch?v=rx5xIZB5T_M</span></a><o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ghosts And
Vodka: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=A9SmQGGBhGc" target="_blank"><span style="color: blue; mso-ascii-font-family: Calibri; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-hansi-font-family: Calibri;">https://www.youtube.com/watch?v=A9SmQGGBhGc</span></a></span><o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-80759881171869781762015-06-11T20:15:00.000-03:002015-06-11T20:15:08.372-03:00Psychic TV - A Pagan Day (1984)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.picture-disc.co.uk/WebRoot/BT3/Shops/BT2680/48BE/CD2D/D440/A904/60AA/0A0A/33E7/0C57/12_0020_-_0020_psychic_0020_tv_0020_-_0020_a_0020_pagan_0020_day.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.picture-disc.co.uk/WebRoot/BT3/Shops/BT2680/48BE/CD2D/D440/A904/60AA/0A0A/33E7/0C57/12_0020_-_0020_psychic_0020_tv_0020_-_0020_a_0020_pagan_0020_day.jpg" height="185" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>7,3</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /><br /><br /><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pra um grupo que era basicamente pedaços que restaram da formação do Throbbing Gristle, eles conseguiram influenciar muita gente e inovar afu, considerando a época e tudo. Digo, não é todo dia que tu cruza por um trabalho de early-industrial-early-70's. Esses caras são um bocado complexos, a banda teve várias fases e várias lideranças e etc etc.<br /><br />Pulando pra parte interessante: esse é um dos discos da fase inicial, onde o mastermind ainda era o Alex Fergusson. Um músico bastante underground, tocava tanto nesses grupos de acid house experimental quanto em coisas mais punk e tudo. Ele e o famigerado Genesis P-Orridge montaram e gravaram todo o álbum, praticamente. Tudo meio de garagem, num mero 4-track.<br /><br />Foram feitas apenas 999 cópias da distribuição original do álbum. Tem uns tarados colecionadores que pagam alto simplesmente pela capa da edição original (o re-release tem uma outra capa). Definitivamente, é um lance muito mistério/nonsense que se formou em volta dessa banda e especificamente desse disco.<br /><br />Embora hoje em dia tu escute isso e consiga fazer algumas relações ou comparações, imagino que na época tenha sido algo completamente único. As composições soam como uma mistura de alguém praticando as primeiras lições de um instrumento qualquer enquanto uma bateria eletrônica se adapta a mesma e alguém mais entendido vai fazendo a coisa efervescer.<br /><br />"Cadaques" é exatamente isso. O fato é que mesmo sendo muito estranho de primeira, é aquela coisa que te deixa interessado. E do nada tu se vê num daqueles morros estilo o finalzinho do filme "Harold and Maude", numa tarde de terça, provavelmente reconhecendo a voz de alguém que tu não conhece passando por perto. Ao menos essa é a vibe de "We kiss", "Cold Steel". Soa como a Nico no "Chelsea Girl", só que mais lo-fi, eletrônico e dessa vez realmente afim de cantar.<br /><br />Bastante coisa ambiente, intimidadora (eu ia falar agressiva-passiva mas eu não suporto essa expressão) e tudo. É aquela coisa que se tu conseguiu chegar numa zona de conforto ouvindo é porque tu caiu na nóia que eles tão propondo. Tem que se deixar levar.<br /><br />O problema mora aí mesmo: se tu não conseguir se deixar levar. Começa a ficar um bocado irritante, dependendo do contexto que tu se coloca pra ouvir. Aí sim, eles parecem um bando de cretinos fazendo barulho. Acho que isso é a coisa mais interessante em artistas fora do eixo/padrões que nossos ouvidos tão acostumados, tu fica realmente intimidado com o negócio. É como tentar entender uma conversa entre estrangeiros (que tu não conhece a língua, obviamente).<br /><br />Essa coisa é simplesmente um clássico da banda, que é uma baita influência pra cena early-industrial e eletrônica da época. É essencial.<br /><br />Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=4id3GVWPYFE" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=4id3GVWPYFE</a> (não tem o álbum inteiro online :/)</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-89769420689494631722015-06-06T19:25:00.001-03:002015-06-06T20:25:03.362-03:00Apanhador Só @Theatro 13 de Maio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xft1/v/t34.0-12/11412168_876130282462198_2192218714320109679_n.jpg?oh=aa37efd8698680fa2219ab00ee6fed41&oe=5575B365&__gda__=1433781079_806e7b37c586c0e068fb4e6081411ac2" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xft1/v/t34.0-12/11412168_876130282462198_2192218714320109679_n.jpg?oh=aa37efd8698680fa2219ab00ee6fed41&oe=5575B365&__gda__=1433781079_806e7b37c586c0e068fb4e6081411ac2" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se tem um coisa que acredito que dispense uma prévia discussão é que o (ou a, como preferir) Apanhador Só lançou em 2013 um baita disco, no caso, o "Antes que tu conte outra". Pois bem, a última aparição da banda por Santa Maria havia sido 3 anos atrás, na rua, em formato diferente do show plugado e com formação diferente. No Theatro, dividiam o espaço os 3 membros fixos e 2 "músicos de apoio", se é que se chama assim. Enfim... a espera pelo show era visivelmente grande. Até mesmo o Alexandre brincou: "estamos fazendo show de lançamento no encerramento da turnê (rsrs)".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Aos gritos e prantos de ansiedade, a casa lotada viu as cortinas se abrirem aos ruídos de <i>Mordido</i>, seguido de um bloco de canções do AQTCO. Curiosamente, o show parecia divido em blocos, quando surgiram alguns clássicos em sequência do primeiro álbum. <i>Peixeiro, Prédio</i>, etc. E aí depois tudo virou uma grande festa onde já não se havia mais critério entre álbuns e até o ep <i>Paraquedas</i> teve espaço com a música homônima e <i>Salão de Festas</i>. Em meio a uma reciprocidade muito avante, me chamou atenção as versões modificadas de algumas músicas pro show ao vivo, como variações de riffs e solos acrescidos, rolou isso com <i>Maria Augusta</i> e algumas outras das quais não me lembro o nome agora. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Se a logística de um teatro já permite uma certa proximidade entra o artista e o expectador, a coisa toda se vale mais ainda quando os caras desplugam todos os intrumentos pra sentar à beira do palco pra cantar <i>Na Ponta do Pés, </i>uma legítima quebra de protocolo que pode ser conferida <a href="https://www.youtube.com/watch?v=GnVI2dRyl_c">neste vídeo</a>. Mas o grande catarse da noite e que pra mim tem sido um diferencial da Apanhador pra qualquer outra banda é a ideia de que o fã também é parte da banda. Foi quando se pediu voluntários pra subir no palco pra grande anarquia que estava por vir em <i>Nado</i>. Latifúndios de alegria nos rostos que ali seguravam entre outras coisas, panelas, colheres, brinquedinhos e o escambau. Quem ficou sentado ainda era intimado pra fazer barulho com o que tivesse em mãos, e dalí saíam trovões de molhos de chaves. Cacarejadas sem limites, situação periclitante, um semi-caos instituído.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Que todos mereciam uma acústica como a do Theatro isso nem se discute. O grande x da questão é que uma hora as cadeiras pareciam ter formigueiros, o que fez com que todos se levantassem em <i>Maria Augusta</i>, já na reta final. Maria Augusta e <i>Nescafé</i> foram tocadas a pedidos, que eu me lembre. Satisfação garantida após cerca de 1h20min de show e pedidos atendidos, a banda se despede esperando o bis, que não foi pedido dadas as circunstâncias já citadas, imagino eu. Volta o Fernão das cortinas e sopra um "galera, peçam mais uma". Aos gritos de "mais um" voltam os guris pra tocar <i>Vila do Meio-dia </i>e terminar o show.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xtf1/v/t1.0-9/11423613_971740132847701_8318944754828822323_n.jpg?oh=fc9cd2237b575b6c3faf1105886eb303&oe=56008894&__gda__=1443086031_71aee3cb2ad07969569b42070f4239b9" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xtf1/v/t1.0-9/11423613_971740132847701_8318944754828822323_n.jpg?oh=fc9cd2237b575b6c3faf1105886eb303&oe=56008894&__gda__=1443086031_71aee3cb2ad07969569b42070f4239b9" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto: Luciéli Raminelli</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Musicalmente o negócio saiu como se esperava. O que de algum modo me surpreendeu foi a energia que a banda estava, ainda levando em conta que os caras tinham instrumentos roubados horas antes do show. Harmonia pura, e detalhe: o baterista (que agora me foge o nome) exalava oceanos de simpatia ao tocar quase que todas as músicas sorrindo e dançando. Até mesmo as canções mais sombrias e sérias do AQTCO tinham brechas de felicidade. Eu que esperava caras fechadas como vi em muitos vídeos de apresentações da turnê. O próprio clipe de Mordido não me deixa mentir.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E foi isso. Após o recado de "nos encontrem na banquinha ali depois pra trocar uma ideia" a banda se despediu prometendo voltar num futuro não muito longe com a turnê Na Sala de Estar. Sem muita delonga: show que fez valer a pena perder a rodada do futebol de quarta à noite.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Matheus Donay</b></span></div>
Matheus Donayhttp://www.blogger.com/profile/06581150968180722397noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-44209853229612796582015-05-28T21:14:00.000-03:002015-06-16T11:00:28.929-03:00Deerhunter - Halcyon Digest (2010)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://static.stereogum.com/uploads/2010/09/Deerhunter-Halcyon-Digest.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://static.stereogum.com/uploads/2010/09/Deerhunter-Halcyon-Digest.jpg" height="196" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>9,5<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Nychollas Cardozo</b></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br /><br />Bem, venho aqui falar-vos sobre algo que considero não só um
disco, mas uma bela e conceituada obra de arte. Preciso mencionar, obviamente,
que sou suspeito em falar dessa banda, e principalmente desse trabalho em
específico, mas não posso deixar de tecer as percepções e opiniões que tenho
sobre ele. Falamos aqui de<i> Halcyon Digest</i>,
o quinto álbum do conjunto, lançado em 2011 pela <i>4AD</i> (a mesma gravadora de Ariel Pink, Animal Collective, entre
outros).<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O Deerhunter surgiu por meados de 2001, em Atlanta, Georgia;
tendo como líder Bradford Cox, o cara alto, magricelo e estranho que
infelizmente tem síndrome de Marfan. A banda se formou com a ideia de unir a
“propulsão do rock de garagem” com a <i>música
ambiente</i>, assim como já se auto descreveram “ambient punk”. Eles carregam
uma enorme gama de influências, e Cox é o tipo de pessoa que vai até a loja de
discos e ouve o que aparecer a sua frente, sabendo apreciar e absorver muita
coisa.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Mas enfim, falando do álbum: ele se abre com “Earthquake”,
uma das faixas mais experimentais do conjunto. Algo que flerta com a vanguarda
pré-setentista do Velvet Underground, e invoca as experimentações <i>ambiente</i> feitas pelo Slowdive, em seu
último disco, Pygmalion. A letra trata de uma personagem que acordou situada em
um terremoto e é questionando sobre as coisas que poderiam estar passando pela
sua cabeça naquele momento recém-desperto, em meio ao caos, ainda em processo
de assimilação. O que pode explicar a lentidão cadenciada da música e o aspecto
descritivo da cena. Com essa abertura, não se pode deixar de lado a produção e
mixagem do disco, que englobam todo o restante. São muitas camadas encharcadas
de efeitos, e se pudéssemos criar uma imagem sinestésica nesse aspecto, daria
para imaginar um cenário assim: um dia húmido na serra gaúcha, aquele dia no
qual a serração desce, atingindo os vidros dos carros e deixando-os foscos.
Essas “camadas” sendo a linha tênue entre a água condensando em gotas nos
vidros e a neblina, ainda pairando pelo ar gelado em meio às montanhas
crepusculares. Tudo isso em um esquema de cores preto e branco, como mostrado
em toda a arte do disco físico, além das fotos do encarte. <br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Sailing” traz o lado mais folk à tona, a canção em si é só
voz e guitarra, e mostra uma razão existencial, transparecendo isso do jeito
mais confortável e inteligível possível, utilizando ruídos e efeitos que lembram
algo como o vento batendo nas velas de um veleiro que flutua na calmaria
marítima. Do mesmo modo que em “Fountains Stairs”, composição do guitarrista
Lockett Pundt, a sensação é de que você está ouvindo o outono e a primavera ao
pé do seu ouvido. Lembrando que o Deerhunter tem um pouco disso: letras de
autoajuda, o que pode parecer meio idiota, mas na realidade nada mais é do que
o diálogo do músico com o ouvinte sobre as dificuldades diárias e mundanas de
qualquer pessoa. “Desire Lines” também retrata essa situação, e falaremos dela
logo mais...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Um aspecto muito importante desse disco são as memórias: o
quão ele puxa situações da infância e juventude. A faixa que mais evidencia
isso é “Memory Boy”, que conta com <i>takes</i>
de gaita e um arranjo de cordas bem destacado. Ela nos leva a um <i>insight</i> do “protagonista”, que de um
verso para outro volta à infância/adolescência, onde se encontra em uma situação
de mudança. Supõe-se que sua família estaria trocando de lar, o que é mostrado
pela repetição de “<i>It’s not a house
anymore” </i>ou<i> “I see you leaving/Don’t
forget your TV</i>”. O narrador acaba retomando os bons tempos em que viveu
naquele lugar, e termina por relatar que a mudança teve um impacto psicológico.
Algo parecido ocorre em “Don’t Cry”, que transparece um diálogo de pai para
filho em suas estrofes, ou pode ser que seja Bradford dando conselhos para si
mesmo quando mais jovem.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">“Desire Lines”, <i>single</i>
do disco e também escrita por Pundt, tem em si aquela função da qual havia dito
anteriormente, bem ressaltada no último verso: “<i>Well, everyday do what you can/and if you let them turn
you’round/whatever goes up must come down</i>”. A composição trata sobre as
dificuldades existentes entre a juventude e a vida adulta, representando as
sensações que o indivíduo pode passar enfrentando a “vida real” e os caminhos
que ela pode seguir. Há também a ideia de que as tais <i>desire lines</i> são aquelas estradas que se desviam do concreto e são
formadas na terra pelo excesso de passagens, desenhando um caminho alternativo.
O mais interessante dessa música é que após o fim do último verso e de sua
estruturação normal, ela passa a se tornar um improviso. Sim, a boa e velha <i>jam</i>, repetitiva e repleta de efeitos,
dando aquela <i>vibe</i> crua a <i>garageira</i>, apesar de refinada e bem
produzida. Essa é a fatia de maior deleite da música e da banda também, os
improvisos longos são característicos deles.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A excelente, e também <i>single</i>,
“Helicopter” é uma das peças sonoras mais originais e palpáveis. Quando que
algo tão experimental pode se tornar grudento (no bom sentido) e <i>pop</i>? Não há como explicar, mas é nessa
música que Cox mostra sua genialidade, e também é onde aquela descrição da
produção mais se encaixa. Os <i>delays</i> e
<i>reverbs</i> dos acordes dedilhados
parecem ricochetear às margens de um lago sereno e monótono. O refrão e os
versos são os mais bem marcados, e a letra tem sua explicação nas entranhas do
disco físico, que conta a história real de um ator pornô Russo que foi
envolvido em tráfico humano. É interessante também o contraste criado com a
bela e delicada canção e o tema <i>trash </i>tratado
pela mesma.<br /><br /><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Por fim, o álbum termina com a longa “He Would Have Laughed”.
Também uma das mais belas composições presentes, e que de certa forma resume
bem aquela ideia principal do disco: da nostalgia, da mudança, das memórias,
tudo da vida que vai se tornando cada vez mais obscuro e termina com o bater
das botas. Sim, é bem provável que Cox se refira a isso em seus versos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acho que não existem critérios para justificar minha nota ao
álbum, ela simplesmente surgiu no momento em que pensei em fazer essa resenha.
Acho uma nota justa, pois enxergo essa obra como algo único e original.</span><o:p></o:p></div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-26952062316844894812015-05-26T21:18:00.000-03:002015-06-26T23:09:42.590-03:00Cícero - A Praia (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://staticoesquema.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/sites/35/2015/03/A-praia.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://staticoesquema.s3.amazonaws.com/wp-content/uploads/sites/35/2015/03/A-praia.jpeg" height="200" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nota: <b>7,5</b></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><b>Fernanda Rodrigues</b></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Depois de quase dois anos sem apresentar nada novo
(quase o mesmo tempo entre o primeiro e o segundo álbum), Cícero finalmente
volta, agora com o lançamento de <i>A Praia</i>.
Um disco que, sinceramente, parece aquele irmão mais novo que quer imitar
algumas coisas que o irmão mais velho fez e deu certo, bebendo às vezes da
mesma fonte que o irmão do meio. Não que isso seja necessariamente algo ruim ou
bom, é apenas um fato.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Para começar, a primeira faixa do álbum já é a
continuação da última do segundo, <i>Sábado</i>,
como o próprio nome “Frevo Por Acaso <b>nº
2</b>” já diz – realmente, se você for ouvir os dois discos um atrás do outro,
parece que a mesma música voltou a tocar. Da mesma forma, “Cecília & a
Máquina” retoma a personagem de “Cecília e os Balões”, só que agora incrementada
com a voz de Luiza Mayall, mas sempre representando a pausa do álbum para um
momento mais calmo e delicado. Não sei dizer exatamente o que Cícero pretendeu
com esse último lançamento, mas na certa ele quis (re)elaborar o sucesso de <i>Canções de Apartamento</i>, apenas de um
jeito um pouco menos nostálgico e melancólico.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É como se, antes do seu primeiro disco, Ciço tivesse
levado um fora, se revoltado, chorado, sofrido, sentido saudade, achado que
nunca mais ia superar aquele caso de amor que acabou, mas, de repente, assim do
nada, encontrou alguém que tem tudo a ver com ele. Se antes, lá no início, com
“Açúcar ou Adoçante?”, ele estava mais para “Entra pra ver/ Como você deixou o
lugar/ E o tempo que levou pra arrumar aquela gaveta”, em “Terminal Alvorada”,
tem um tempo que ele já não sabe o que é saudade. É como se ele tivesse se
apaixonado e encontrado a pessoa certa, porque, embora as bases entre as
músicas dos álbuns estejam parecidas, os versos estão mais felizes e amorosos,
menos saudosistas e ressentidos. Novamente, é o cantor nos deixando saber um
pouco da história da sua vida.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">E por falar nisso, é bom lembrar que Cícero deixou sua
carreira de advogado para tentar a sorte na música e parece que é isso que ele
lembra logo de cara nos primeiros versos de “Frevo Por Acaso nº 2”: “Papeis,
documentos/ Velhas formas de comportamento/ Na rotina de sol e cimento,
amanhecemos”. No mesmo caminho, a gente percebe também o mesmo estilo de
referência em “Soneto de Santa Cruz”, que carrega no título o nome do bairro em
que o cantor cresceu. Cícero continua, claramente, apostando no que deu certo
no seu primeiro álbum: compartilhar com os fãs sua rotina, sua vida, sua
biografia.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tudo bem, vocês podem estar pensando “tá mas o segundo
álbum? E <i>Sábado</i>? Ele não se inspirou
em nada?”. Olha, foi até bom que as influências do segundo disco não tenham ido
fortes nesse terceiro, porque <i>Sábado</i>
foi meio decepcionante para quem já conhecia o cantor do primeiro álbum. Ficou
um som experimental demais, meio fraco, que foi forte alvo de críticas pela
maior parte das pessoas que o vinham acompanhando. Claro que nós não sabemos se
a intenção de Cícero não foi justamente fazer um álbum mais experimental, mas,
ao que parece, se o objetivo realmente era esse, ele não alegrou muito a
torcida.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Por isso que a gente vê muito mais de <i>Canções de Apartamento </i>em <i>A Praia</i>. As melhores músicas do álbum
são aquelas que lembram as do primeiro disco, como “De Passagem” e “Camomila”,
que apresentam os mesmo versos repetitivos empregados já em “Ponto Cego”
anteriormente. O sentido da música continua prático, direto e objetivo, sem
forçar muito o ouvinte a parar para pensar “bah, mas o que ele quis dizer aqui?”.
E isso não é ruim. Muito pelo contrário, às vezes o que a gente mais quer é um
álbum que seja direto e diga o que a gente quer ouvir mesmo, de uma maneira
fácil e descontraída.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Em outras palavras, e já para finalizar, Cícero
continua o mesmo (talvez até mais do que o necessário), mas isso significa
também que a qualidade das músicas continua boa. Alegrou quem queria a volta
daquela promessa do MPB que apareceu em 2011, ainda meio tímida, nos convidando
para entrar em seu apartamento (dá uma olhadinha na review do primeiro álbum
-> <a href="http://onotorioabacaxi.blogspot.com.br/2014/06/cicero-cancoes-de-apartamento-2011.html" target="_blank">aqui</a>), mas que agora já nos leva para um passeio na praia, mais feliz, menos
triste com o coração, como se um verãozinho tivesse chegado para aquecer seus
sentimentos. O bom e velho Ciço came back.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Onde ouvir: </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=WZk7dk8A3Xk">https://www.youtube.com/watch?v=WZk7dk8A3Xk</a></span></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17026363405060296057noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-62464949574987204572015-05-25T22:06:00.001-03:002015-05-25T22:06:11.993-03:00Allah Las @ Beco 203<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xat1/v/t1.0-9/11295541_833617823394205_2989782164215227194_n.jpg?oh=f5bb6a4003d8aae278db07e1a4cc61b0&oe=560A6342&__gda__=1443415453_fe7ba0abe48c5b7c6704ad2bb3fe9ed7" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xat1/v/t1.0-9/11295541_833617823394205_2989782164215227194_n.jpg?oh=f5bb6a4003d8aae278db07e1a4cc61b0&oe=560A6342&__gda__=1443415453_fe7ba0abe48c5b7c6704ad2bb3fe9ed7" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Mariana Falcão</td></tr>
</tbody></table>
<br /><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ok, algumas vezes o beco salva. Essa vez foi o dia 16 de maio, na longínqua Porto Alegre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><div style="text-align: justify;">
A parte boa da banda não ser lá muito conhecida é que o hype passou longe. Era o Allah-Las e tudo, mas quem é que esperava grande coisa? Aposto que a maior parte da galera tinha só ouvido falar qualquer coisa e resolveu dar o braço a torcer, o que não é necessariamente bom ou ruim. Eu não sei dizer com certeza (já que eu tava literalmente colado no palco), mas a casa tava cheia e essas coisas.<br /><br />Aliás, pra quem não sabe, Allah-Las é o resultado quase inevitável do encontro entre, sei lá, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=agB5eYp198o" target="_blank">The Nerves</a> e <a href="https://www.youtube.com/watch?v=T345QCyD6qE" target="_blank">Richie Allen & The Pacific Surfers</a>. A garageira e o surf californianos. O primeiro álbum é infernal! No duro, é muito interessante mesmo. Não é tão inovador mas definitivamente não é óbvio. O segundo álbum, por outro lado... (também não é tão ruim assim, ok? Não viaja!)<br /><br />Ninguém pareceu se importar muito com o Baby Budas (a banda que abriu). Tinha esse espaço todo entre o pessoal disperso e o palco enquanto eles tocavam. Fora que a maioria das pessoas chegou depois, só pra atração principal mesmo. Só lembro de uns ruídos que pareciam ser um cover de Interstellar Overdrive. Ou seja, até a banda de abertura sair do palco o clima tava um bocado chato: um monte de gente mala e pretensiosa falando alto sobre alguma coisa.<br /><br />Eles chegaram sem muito alarde (ninguém reconheceu os caras) e foram fazendo os ajustes finais de equipamento. Quando então: Busman's Holiday. Só dava a galera com olhinho brilhando, cheio de sorrisos. As guitarras bonitas, a distância mínima entre o público e artista. A melhor parte: eles tavam tocando muito na humildade, sem aquelas caras que essas bandas de cretinos fazem. No duro, me emocionei um bocado.<br /><br />Sabe aquela sensação quando parece que tu tá redescobrindo o som de cada um dos instrumentos? Isso fora a playlist imprevisível e a boa recepção da maior parte das músicas, mesmo entre quem nunca tinha ouvido. Destaque pra "Sandy", "Had It All", "Buffalo Nickel" e né, "Catamaran". Eu falei da euforia de quando tocou "Tell Me (What's On Your Mind)"?<br /><br />Entre os poucos detalhes que deram errado, o cara do equalizador/mesa/mix devia ter sido demitido. Não dava pra ouvir muita coisa além das guitarras. Não chegou a estragar ou algo que o valha, mas foi o clássico "quem não conhece a música fica meio perdido". Fiquei meio chateado quando os caras não atenderam o clamor popular por certas músicas. E não era só eu, ok (cheguei a entregar um papel com o nome da música escrito)? Por sorte, deu pra conversar um pouco com alguns deles depois do show.<br /><br /><b>Eduardo Kapp</b></div>
</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-20299768577415104172015-05-14T19:47:00.001-03:002015-05-14T20:34:09.613-03:00Marina & The Diamonds - Froot (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/archive/2/2d/20150404204515!Marina_and_the_Diamonds_-_Froot_(album).png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/archive/2/2d/20150404204515!Marina_and_the_Diamonds_-_Froot_(album).png" height="200" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><b>Nota:</b> 7,8</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><b><br /></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><b>Fernanda Rodrigues</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Sabe aquela expressão
“melhor de três”? Serve para <i>Froot</i>, que é o terceiro álbum da Marina, mas o
produto final do que se pode chamar de um ~materialismo dialético~ entre os
dois primeiros, <i>The Family Jewels</i> e <i>Electra Heart</i>. No primeiro ela não tinha uma identidade bem
formada ainda, perdida em um mainstream anônimo do mundo pop, provavelmente
pouco certa do que ela mesma queria. É claro que, como qualquer experiência,
fez com que ela (tentasse) inovar para o segundo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><i>Electra Heart</i>, como o
próprio nome diz, teve como personagem principal uma garota que dava choque nas
pessoas que chegavam ao redor porque ela própria já havia levado muito choque
de gente que só queria brincar com seu “pobre coração”. Bem, foi um estereótipo
ótimo para vender, principalmente se focarmos no público adolescente, em que
algumas meninas decidem se tornar <i>bad
girl, </i>como sugerido na trilha "How To Be a Heartbreaker", que apresentou regras essenciais para ser uma verdadeira
desgraçada que só brinca com os caras que aparecem na sua vida, porque em algum
momento de seus relacionamentos passados, já pagaram papel de trouxa™.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Basicamente, tratava-se de
um alter ego que não sabia muito bem lidar com seus próprios sentimentos, ou
melhor, com seus sofrimentos e descontava nos outros suas desilusões amorosas.
Aí é que vem <i>Froot</i> na carreira de Marina, como quando aquela adolescente
overdramatic que finalmente entra na
vida adulta e consegue agir com melhor racionalidade diante dos problemas. Em
“Happy”, faixa escolhida para abrir o álbum, ela já deixa claro que descobriu o
amor-próprio como o melhor remédio para a dor de coração. E é uma evolução não
só para o lado sentimental, mas a estrutura do álbum em si é mais bem feita que
a dos anteriores. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">As batidas pops estão bem
mais organizadas, ao contrário do eletrizante e irônico <i>Electra Heart</i>. E é bom
lembrar que a produção do álbum contou apenas com a cantora e a ajuda de David
Kosten, demonstrando abertamente que a sua intenção foi de fazer um álbum que
tivesse o máximo de Marina Diamondis quanto fosse possível. Claro que é sempre
delicado falar de amor e sentimentos sem deixar a música entornar em um caldo
meloso que a gente acaba pulando para escutar a próxima faixa, mas ela até que
se deu bem quanto a isso. Apesar de comportar versos como “</span><span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial;">I found what I’d been looking for in myself/ Found
a life worth living for someone else/ Never thought that I could be happy,
happy”, por exemplo, "Happy" tem uma das melodias – se não for a melhor – que
mais se destaca dentro do álbum, com um piano nostálgico e sombrio por detrás,
acompanhando a autorrealização que Marina canta e arrasta dentro de outras
faixas. Por outro lado, alguns resquícios do álbum anterior podem ser sentidos
em "Blue" e "Can’t Pin Me Down", nas quais
ela traz de volta o seu egoísmo, mas agora no sentido de valorizar mais a si
mesma do que no intuito de ferir o cara com quem ela está saindo: “I’m never
gonna give you anything that you expect/ You think I’m like the others/ Boy,
you need to get your eyes checked”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: Arial;">Ademais,
apesar de ter vazado na internet antes do lançamento oficial, que só seria em
julho, Froot não desapontou os fãs da cantora – ok, talvez tenha, no mínimo,
surpreendido, já que provavelmente a maioria esperava algo mais parecido com o
segundo álbum, apesar de "Froot" (a música) já ter sido lançado como single em
novembro e ter dado uma ideia de quais eram as intenções da cantora. Não foi lá
grandes avanços no mundo pop, tudo bem, mas, em questão de transformação e
evolução pessoal, esse terceiro álbum nos mostrou quem é, de verdade, Marina
Diamondis – agora sem ser confundida com outras cantoras ou com algum
estereótipo de menina má – e que ela já tem (ou ao menos está no caminho de construir)
sua própria marca. É sempre bom ver um artista superar as expectativas do próprio público.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />
Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=dQZxF5T_oXY">https://www.youtube.com/watch?v=dQZxF5T_oXY</a><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17026363405060296057noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-81285605118063848332015-05-13T15:06:00.001-03:002015-05-13T15:06:37.033-03:00The Holydrug Couple - Moonlust (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://f1.bcbits.com/img/a0911056708_10.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://f1.bcbits.com/img/a0911056708_10.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>7,6</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /><br /><br /><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dois caras. Doidos. Lá de Santiago (do Chile). Depois de um <a href="https://www.youtube.com/watch?v=6OOgeZPf2JM" target="_blank">álbum</a> meio bucolismo-espacial (o que é algo conceitualmente intrigante), eles reaparecem com um desses álbuns que tu escuta 5s da primeira música e "ba, dream pop". Normalmente isso me deixa muito chateado. Particularmente, gosto muito do gênero. As noites ouvindo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=Bt2yljIcXhg" target="_blank">Galaxie 500</a>, as tardes consumindo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=z79T8CUpksE" target="_blank">Broadcast</a>. Ou o contrário. O problema é que o tempo vai tomando cada vez mais o espaço pra coisas óbvias.<br /><br />Mas não que isso importe tanto assim. Na verdade, além de ter as melhores coisas do dream pop, tem uma porção de detalhes hipnóticos e aterrorizantes. É muito bem produzido, diga-se de passagem. Imagina se o Kevin Parker tivesse produzido um álbum da Victoria Legrand? Ou se a Galaxie 500 tivesse aprendido mais alguns acordes e viajado no tempo? Porque fora a hipnose, é tudo muito groovy, girando em torno do nada, procurando sabe-se lá o quê.<br /><br />"Light or Night" é uma dessas maravilhas que tu não sabe se é triste ou feliz e no fim é o teu contexto que decide. Embora tomada por ondas de sintetizadores, <i>fuzzy guitars </i>aparecem no fim, encerrando da melhor maneira (e assim fazendo o que <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ygdVEIrVnIk" target="_blank">muitas bandas tentam e não conseguem</a>). Essa sonoridade vai te lembrando aos poucos como é ficar sozinho. "If I Could Find You (Eternity)" já garante a originalidade e relevância do disco de uma vez por todas , justamente por isso(e ainda nem chegamos no lado B).<br /><br />Talvez esse lance das músicas soarem tão cheias de conteúdo mas na real nem saberem o que realmente querem perturbe alguns. Digo, elas até <i>cheiram</i> a vazio. Ao mesmo tempo, deve ser por isso que são tão hipnotizantes. Não é tão difícil de se identificar com essa linha. Vagando entre tantos sentimentos, pessoas, lugares, coisas até que já são 3 horas da manhã e tem aula de eletromagnetismo na manhã seguinte.<br /><br />Tem também o problema de ser meio repetitivo. Dum jeito legalzinho e tudo, mas não dá pra negar né. A sonoridade muda um pouco pro fim, com alguma experimentação eletrônica numa estética early-70's ou algo assim. Não dá pra falar mal. É uma questão de tempo até eles aparecerem com algo mais maduro e ainda melhor.<br /><br />Eu não queria incluir isso aqui, mas eu precisava externar o quanto a última faixa tem um riffzinho que soa MUITO como o refrão de uma <a href="https://www.youtube.com/watch?v=SFdEkqHvCr0" target="_blank">popular música de <i>pagode</i></a>. Fica a critério.<br /><br />Onde ouvir: <a href="https://theholydrugcouple.bandcamp.com/album/moonlust" target="_blank">https://theholydrugcouple.bandcamp.com/album/moonlust</a><br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-69600644677499769982015-04-26T23:41:00.000-03:002015-04-26T23:41:19.079-03:00Happyness - Weird Little Birthday (2014)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://nme.assets.ipccdn.co.uk/images/2014Happyness_WeirdLittleBirthday_130614.gallery.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://nme.assets.ipccdn.co.uk/images/2014Happyness_WeirdLittleBirthday_130614.gallery.jpg" height="198" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>9,2</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /><br /><br /><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">De tempo em tempo, o buraco branco do underground musical cospe algo genial. Sem muito hype, anúncio ou dinheiro. Despretensioso. Quem é que dá a mínima?<br /><br />A capa é um bocado estranha. Tem essa criança com a droga de um boné azul e esse cenário weird/chill que não te deixa tomar uma decisão final sobre a coisa toda. Não é qualquer coisa que te deixe pensando em um tipo de som específico. De qualquer forma, esse parece ser o ponto principal do disco todo. Estranho, chill, sutil, não tá nem aí pra ti.<br /><br />Uma espécie de Smashing Pumpkins que superou as críticas do Pavement, aceitou o fim do Punk e voltou a ouvir Velvet Underground. Digo, esqueça sons over-detalhistas e pretensiosos. São histórias peculiares, não-lineares e divertidas pra burro. Não que sejam um monte de piadas idiotas, mas aquela ironia séria ou algo assim. Não sei explicar.<br /><br />Tem umas atmosferas meio Yo La Tengo-esque, tipo em "Baby, Jesus (jelly boy)" ou em "It's on you". Tudo bem lo-fi, mas ao mesmo tempo hi-fi? Ok, ok, tu deve 'tar pensando: "<i>deve ser mais um desses discos genéricos """"indie"""" nessas playlists que surgem no youtube ou qualquer coisa assim</i>". NÃO! God, no. Eu já falei da influência do Velvet, né? Só que mais pop e clean e tudo. E essa coisa das influências eu digo no bom sentido, não como algo que te perturbe e te deixe chateado durante a música.<br /><br />Acho que isso que deixa tudo tão intrigante. Mesmo com uma aparente aproximação "indie rock lo-fi" é tudo tão novo, de uma certa forma. "Orange Luz" e "Regan's Lost Weekend (Porno Queen)" tem esses versos ótimos e ficam na cabeça e acho que todo mundo pode se identificar com algumas coisas: "Well I'm sorry that you lost your shit *drums start* // And it's all I've got to say about it, tonight." Isso fora a instrumentação toda, que é um estouro. Melodias simples que soam complexas, parece que tudo tá no lugar.<br /><br />Já pro fim, eles acabam soando como uma espécie de Meadowlands (o clássico do The Wrens) moderno. Vai ficando difícil de escapar da imagem da estrada vazia num carro velho. "Lofts" é o centro disso, que aparentemente foi escrita depois da banda ter ido numa festa que de acordo com algum deles "[..] there was a cat lurking around the corridors and all I could think about all night was what that cat must've thought of us." Verdade ou não, faz muito sentido ficar intrigado com o que um gato pensa da gente.<br /><br />Muito dinamismo, melodias brilhantes, lo-fi, peculiarismos e epifanias. Noise e clean e até um tanto de teenage angst. Essencial.<br /><br />Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=vNoUnqenMvE" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=vNoUnqenMvE</a> (não tem o álbum todo pra ouvir online, então <i>contentem-se</i> com a melhor track)<br /></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-69212208080675252892015-04-22T16:18:00.001-03:002015-04-22T16:21:25.177-03:00Tyler, The Creator - Cherry Bomb (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/04/tyler-the-creator-cherry-bomb.png?w=800" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/04/tyler-the-creator-cherry-bomb.png?w=800" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota:<b> 7,6</b></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br /><br />If you're reading this, it's too late. A essa altura, noise, jazz, fusion e funk já chegaram em praticamente todos os lançamentos hip-hop/rap relevantes dos últimos tempos. Provavelmente vou me arrepender por dizer que essa seria uma "tendência" atual. Deve ser. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=xnrLXDYnS6c" target="_blank">Yeezus</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=HIrKSqb4H4A" target="_blank">The Money Store</a>, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=xxP6q63NY7Y" target="_blank">Cosmogramma</a> são só alguns exemplos (entre os grandes) recentes.<br /><br />Sem arreganho. Guitarras, distorção generalizada, agressividade, nonsense e uma rebeldia (relativa) tipicamente tyleriana. Sei lá, tira um pouco das piadas e joga o "Wolf" num acelerador de partículas. <a href="https://www.youtube.com/watch?v=RzS6jMA_40M" target="_blank">Aproveite uma piscina</a> que tá dentro dum <a href="https://www.youtube.com/watch?v=y2cQvZPX3OY" target="_blank">caminhão em alta velocidade desgovernado</a>. Tá, nem tanto. O disco começa mostrando muito mais complexidade instrumental do que qualquer coisa anterior. "Buffalo" é inesperada do início ao fim, um dos melhores exemplos disso.<br /><br />A deliciosa "Find Your Wings" é, no entanto, uma das maiores armadilhas desse disco. Te embala com todo aquele fusion, soul, os corais todos e esses metidos que tocam piano muito bem. Não se engane. A próxima track é a mais barulhenta d(ess)a história. Começa parecendo uma espécie de<a href="https://www.youtube.com/watch?v=4o2sA0vpA-4" target="_blank"> Interstellar Overdrive</a> e logo explode numa batida espumando de raiva, Tyler cantando completamente submerso, isso quando dá pra ouvir alguma coisa da voz do cara. Tie the know // kick the chair // float in the air // it's cherry bomb! Pensa numa letra que não faz o menor sentido. Pense até em sintetizadores distorcidos. Tyler não é nenhum Death Grips, mas fez a coisa soar suficientemente estranha.<br /><br />Embora tenha esses momentos ultra-noise-doidera tem muito groove espalhado pelo álbum. Desde "Blow my Load" até o single "Fucking Young", dá pra ver até umas influências 90's. Na verdade tem tanta influência diferente, é difícil distinguir algumas coisas. E em outros momentos fica simplesmente.. fácil demais. É, fácil demais. Tyler sendo Tyler, versos homofóbicos <i>como piada</i> versos nonsense <i>como novidade</i> golfwang-wolfgang <i>como novidade</i> e "I don't like to follow the rules // that's just who I am" soa <i>como uma piada. </i>As vezes a experiência sonora é muito ligada à imagem que criamos em nosso subconsciente, e não sei vocês, mas eu costumo pensar <a href="https://twitter.com/fucktyler/status/589705617117294592" target="_blank">nesse Tyler</a>.<br /><br />Não que ele não possa ser levado a sério, mas é como aquela pessoa que tá sempre fazendo uma horinha com todo mundo, tudo acaba soando como a droga de uma piada. E eu já falei do Kanye em "Smuckers" ? A música é um estouro, no duro, uma das minhas favoritas desse disco. A questão é que ele também soa um bocado engraçado, só pela imagem dele.<br /><br />Essa complexidade nova chega a assustar (num bom sentido!), acho que só falta um pouco de visão de jogo e né, algum amadurecimento nos versos. As coisas acabam se compensando, a verdade é que esse álbum acaba sendo bastante hipnótico depois de algum tempo.<br /><br />Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=KAb30SO1iw4" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=KAb30SO1iw4</a></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-56713319574394935632015-04-16T23:50:00.002-03:002015-04-21T15:15:05.308-03:00Sufjan Stevens - Carrie & Lowell (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://cdn4.pitchfork.com/news/58019/dbfa1978.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://cdn4.pitchfork.com/news/58019/dbfa1978.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">N<br /> o<br /> t<br /> a<br /> : <b>6,0</b><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br /><br />A moral é que às vezes eu simplesmente esqueço como essa ~era da internet é absurdamente rápida. Digo, a pessoa comum mal ouviu um ou dois álbuns que tenham sido lançados esse ano e já tem listas e mais listas dos melhores até aqui, ou listas de puro hype, comentando futuros lançamentos. Velho. Tentar acompanhar sozinho é como conversar com 3 pessoas ao mesmo tempo enquanto resolve uma prova de eletromagnetismo.<br /><br />Eis que no <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_2015_albums" target="_blank">meio disso tudo</a> brota um novo álbum do Sufjan Stevens. Não é todo dia que o maluco sai de um hiato de 5 anos, né? Nesse período de quase-silêncio, rolou uma porção de coisas, até. O cara lançou um álbum >E< um EP com o projeto paralelo <a href="https://www.youtube.com/watch?v=OPfTLlfn-_o" target="_blank">Sisyphus</a> (que é beeeeem diferente do estilo do Sufjan, no geral), fora uns sons de natal. Nossa eu simplesmente não entendo sons de natal. Mas isso fica pra outra review.<br /><br />Era visto que depois de lançar coisas como o enorme <a href="https://www.youtube.com/watch?v=426jqFZa99Y" target="_blank">Illinoise</a> a expectativa pra qualquer outro álbum seria muito grande. Que baita disco esse, muito, extremamente diversificado, complexo, <i>layered</i>, intrigante. Aquele universo paralelo único do artista, a originalidade em seu maior momento. Sim, eu ainda tô falando do Illinoise, porque no recém-lançado Carrie & Lowell, a coisa é bem mais.. r00ts.<br /><br />De início tem essa aproximação pop, aparentemente felizinha e tudo. Bom.. isso até tu perceber a tensão ENORME em cada verso. No meio de muito intimismo, folk roots, é como se o Sufjan fosse quebrar a qualquer momento. Sabe quando as pessoas tão discursando e tão naquele estado de quase chorar? Essa atmosfera é genial, tu fica aflito junto, mergulha nos seus flashbacks de infância, onde ele fala sobre sua mãe (que morreu), e seu aparente distanciamento da mesma enquanto era viva. É pesado, pra dizer o mínimo.<br /><br />É uma relação extremamente complexa, pelo que parece. Ele não exatamente "odeia" a mãe, mas rolou muita coisa trash. De qualquer forma, ele sente que ela ainda tá por perto, algo recorrente, uma espécie de energia que acompanha (sim, chega a esse ponto de intimismo).<br /><br />Essa vibe estranha, triste e sombria consegue te prender até "All of Me Wants All of You". Não que depois isso não continue, mas acho que é a partir daí que começa o grande problema desse disco. Ele simplesmente não muda. Não que seja ruim, mas tu sabe exatamente o que esperar a cada música. É uma boa experiência, mas não é tão boa quando repetida incansavelmente. Parece que estamos ouvindo o Sufjan lá do início da carreira, na época do Seven Swans, mas obviamente com uma carga musical muito maior.<br /><br />Por mais intimista e pessoal que fosse, eu sinto que justamente por isso dava pra ter sido tão melhor, ainda mais nesses sentimentos complexos. Literalmente algumas das coisas mais importantes da vida do cara viraram uma porção de músicas Violão&Voz. Sério isso é um negócio que me deprime um bocado. Vou ficar mal só de pensar o quão melhor podia ter sido. Embora isso possa soar um tanto egoísta ou algo assim, como uma experiência o disco simplesmente falha em manter o ouvinte interessado. Nos sons que não tem algum hook nem dá pra lembrar de muita coisa.<br /><br />O que pensar?<br /><br />Onde ouvir: <a href="http://music.sufjan.com/album/carrie-lowell" target="_blank">http://music.sufjan.com/album/carrie-lowell</a></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-54563719801011897872015-04-09T18:33:00.001-03:002015-04-09T18:39:00.000-03:00Vespertinos @Theatro 13 de Maio<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://scontent-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-xfa1/v/t1.0-9/19519_828514583868301_6571311387830388842_n.jpg?oh=4b3896da0191a6b54eae5aa2ed97796e&oe=55A52E56" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="195" src="https://scontent-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-xfa1/v/t1.0-9/19519_828514583868301_6571311387830388842_n.jpg?oh=4b3896da0191a6b54eae5aa2ed97796e&oe=55A52E56" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />Foi um puta hype pr'essa noite, hein?<br /><br />Os caras apareceram na <a href="https://www.facebook.com/snradioweb" target="_blank">Supernova Radio Web</a> e até no ~JA~. No duro, tinha um bocado de gente falando sobre isso nos últimos dias. Fora o monte de rostinhos conhecidos que compareceram, tava um público doido por lá.<br /><br />Cheguei cedo, logo garanti meu lugar no segundo andar do theatro. Todo mundo bem vestido e essas coisas todas. Fiquei meio assim com o fato de que tinha tanta gente mais velha. Será resultado do lance de ter aparecido no JA? Indicativo que o som é "amigável" por demais? Nah, não foi o caso. No início eles tavam meio assim, nervosos e tudo (menos o Alexandre, que se mexia pela banda inteira o tempo todo), mas a coisa foi ganhando dimensão.<br /><br />Digo, "Escadarias" foi jogada ensaiada, com as luzes e a decoração toda, coisa bonita. Depois veio a minha favorita "Café de Terça", que tava impecável. Fazia tempo que eu não via um show local com uma acústica massa assim. O que eram aqueles metais?! Demais. Bom, até aí nada muito além do esperado, certo? Os malditos entraram com uma panca de músicas novas, que dizem ser de seus futuros primeiro e segundo discos (?).<br /><br />Rapaiz, a partir daí a experiência foi desafiadora. As mentes despreparadas tiveram que trabalhar pra processar tanta coisa. Alguns sons confusos, outros mais experimentais, outros cheios de energia. Aliás, taí algo que eu notei. Em sons tipo "Além de Mim" (que até onde eu me lembro foi uma das únicas que disseram o nome?), o baixo, a bateria e principalmente a guitarra tavam numa sintonia infernal, numa vibe surf-stoner-rock ou sei lá o quê, num dos poucos momentos em que o quase-maniático-não-erra-uma que era o baterista se soltou e poutz, foi doido. No entanto, o que parecia empatar essa vibe toda era justamente o que fazia o ponto alto de outras músicas: o vocal e o violão. A dica: vamo deixar essas influências se libertarem perfavore! But that's just me.<br /><br />As músicas novas mostraram maturidade e essa coisa toda mas mostraram algo muito mais importante (ao meu ver): não ter medo de fazer merda/experimentação/doidera/TRASH SOUNDS FOREVER (não que tenham feito, hehe). Depois disso tudo, encerraram da melhor maneira com a segunda metade do EP, com direito a participação especial e tudo.<br /><br />Moral da noite: Garanto que todo mundo saiu feliz de lá. Quem não esperava nada foi surpreendido, quem esperava o esperado foi surpreendido, quem esperava piadas ruins não foi surpreendido. Quando que é o próximo?<br /><br /><b>Eduardo Kapp</b></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-27631066433255055812015-03-29T22:00:00.000-03:002015-03-29T22:12:20.505-03:00Inmigrantes @Macondo Lugar<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Na última sexta os Inmigrantes, desde Avellaneda en Argentina,
vieram pela segunda vez pro Brasil. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-KeK8HQ34Wew/VRidzwCAuGI/AAAAAAAADQ0/L81zQNUaCj8/s1600/11106374_968596399827222_492968490_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-KeK8HQ34Wew/VRidzwCAuGI/AAAAAAAADQ0/L81zQNUaCj8/s1600/11106374_968596399827222_492968490_n.jpg" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Amanda Tâmara</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Ao que me parecia, o show era bem esperado pelo público.
Algo justificado por diversos fatores como: um show de rock, uma banda
internacional e, diga-se de passagem, com certo reconhecimento local. O que
se oferecia aos argentinos? Uma casa lotada e aparentemente com um público que conhecia algo a mais do que o single que “aquela rádio” toca há alguns vários
anos, vulgo <i>Grafitti</i>. Desde 2007 os caras tinham um álbum nas costas, com altos e
baixos, canções enérgicas e outras maomenos. Recentemente lançaram um EP, Vaca
Pop. E foi do primeiro álbum, explicitamente, que saiu a empolgação de quem
acompanhava o show.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Os irmãos Carlos e Pablo formavam a linha de frente no palco,
ambos guitarristas. Seguidos por baixo e bateria numa formação 2-1-1. Bom,
falando do show em si... <i>Babilônia</i> foi a primeira do set. Uma boa escolha
visto que é uma das melhores deles. Parece que a banda
tinha plena noção de quais eram as músicas que mais agitavam e eram mais
apreciadas em geral. Deixaram as mais requisitadas espalhadas pelo set.
<i>Babilônia</i> no início, <i>Grafitti</i> no meio e <i>Una Chica de Ayer</i> para o final. De
longe as mais pedidas. <i>Guelpe de Suerte </i>e<i> Turistas</i> também tinham boa aceitação
de público, foram cantadas a plenos pulmões por quem se fazia perto do palco.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Entre um som e outro rolava um tímido e ligeiro “buena noche”,
“gracias” ou “somos inmigrantes desde argentina” e ficava por isso mesmo. A
galera tava animada, esperava uma reciprocidade maior dos caras. Talvez um
pouco mais de interatividade ao invés do ~apresentar o trabalho, agradecer e
dar a palheta pro fã mais mala que estivesse pedindo~. E foi exatamente o que
aconteceu.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-_V-h9S5wkc0/VRiiXiX841I/AAAAAAAADRA/R8lXieN4_GQ/s1600/11120079_737312659717512_1301958481_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-_V-h9S5wkc0/VRiiXiX841I/AAAAAAAADRA/R8lXieN4_GQ/s1600/11120079_737312659717512_1301958481_n.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Gabriel Foresti</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que ficou devendo muito foi o volume dos instrumentos.
Volume de deixar o ouvido com aquele zumbido gritando na hora de ir
dormir. As guitarras distorciam de tanto barulho, havia de se fazer algum
esforço pra discernir os sons. Não sei se foi o ambiente, coisa dos caras mesmo
ou alguma falha técnica de quem cuida do som. Uma pena, porque tem músicas com
guitarras bem trabalhadas e riffs interessantes que perderam a qualidade. Sem
falar na voz, que só quem tinha conhecimento prévio de letra entendia algo.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">No final das contas foi um bom show, não foi longo, acertaram
no set, tocaram o que o público queria ouvir. Poderia ter sido melhor, talvez
sim, mas deu pra saciar a vontade de conhecer uma banda de rock argentina ao
vivo e de ver a galera empolgada com as canções. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Saludos desde Brazil.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><b>Matheus Donay</b></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<br /></div>
Matheus Donayhttp://www.blogger.com/profile/06581150968180722397noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-88298249855045512172015-03-23T18:54:00.000-03:002015-03-23T18:54:23.384-03:00Kendrick Lamar - To Pimp A Butterfly (2015)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/03/kendrick-lamar-to-pimp-a-butterfly.jpg?w=806" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://consequenceofsound.files.wordpress.com/2015/03/kendrick-lamar-to-pimp-a-butterfly.jpg?w=806" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Nota: <b>9,7</b><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><b>Eduardo Kapp</b><br /><br /><br /><br /><i><span style="font-size: x-small;"><br />Aviso: esse texto foi escrito por mim, branco. Não falo pelas pessoas não-brancas, não pretendo interpretar muita coisa no lado político do álbum porque não quero correr o risco de falar merda. Se o fizer, me avise.</span></i><br /></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; text-align: justify;"><i>"By the time you hear the next "pop", the funk shall be within you"</i></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">O que temos aqui, antes de ser um disco, música pra se apreciar (ou não), é arte na sua forma mais intensa: <b>subversiva</b> (tanto do convencional quanto da própria subversão). Pra tentar introduzir isso um pouquinho melhor, uso aqui a pergunta que o próprio Kendrick deixa pro ouvinte pelo final do disco: <i>"When shit hit the fan is you still a fan?".</i><br /><br />Diferentemente dos seus álbuns anteriores (em especial o g<i>ood kid, m.A.A.D. city</i>), esse é um disco quase que objetivamente político, totalmente sobre a resistência, vivência, noções e questionamentos das pessoas negras, pobres, excluídas. Digo, no gkmc temos essa quase autobiografia do Kendrick, que embora foque na política, é um tanto mais teatral, específica e prática.<br /><br />Em "To Pimp A Butterfly", somos tomados pela confusão, raiva, tristeza, ironia, convicção e até um pouco de relativismo. Isso é um clássico do Kendrick, tem muita contradição, questionamentos e um pouco de impulsividade. Produzido pelo próprio <a href="https://twitter.com/drdre" target="_blank">Dre</a> (que aparece durante o álbum), com colaborações e participação de nomes como Flying Lotus, Tae Beast e Terrace Martin (entre outros, esse disco é quase que colaborativo), temos aqui não só um impacto lírico absurdo, como um lado musical surpreendente. Como se não bastasse a combinação (que anda em alta agora) de Free Jazz e Hip Hop experimental, tem umas quebras de estrutura, umas inserções sonoras durante as música que mesmo "quebrando", mantém o ~~flow~~ dos sons. Digo, não precisa fazer quase nenhum esforço pra ouvir.<br /><br />É como se tivesse uma banda de apoio fantasma com os nomes clássicos do avant-garde jazz, apresentada de uma maneira não-amigável para as rádios. "For Free? (Interlude)", que além de esmagar nossas mentes com dezenas de versos sobre uma vida caótica de pobreza, problemas de relacionamento e famílias "corrompidas"; nos dá a expressão máxima da parte Jazz dessa jornada.<br /><br />Mas isso ainda seria superficial pra descrever o que acontece por aqui. Tem essa narrativa muito sutil durante o álbum, onde mesmo parecendo que cada música vai pra uma direção diferente, tem algumas linhas em comum entre elas, como se fossem pequenas histórias acontecendo no mesmo contexto. Kendrick fala sobre uma "Lucy", que seria a fonte de todos os problemas dele, talvez algo pra ter como "alvo", como se livrando-se dela tudo fosse acabar, o que realmente importa é que <b style="font-style: italic;">"u" </b> baixa a guarda de Kendrick, que discute consigo mesmo, entre linhas de funk, com uma vibe mais sombria, "I fuckin hate you // I hope you embrace it" "Lovin you is complicated" "Lovin you // Not lovin you".<br /><br />É bizarro como essa confusão toda soa incrivelmente bem nessa atmosfera groovy, te deixando no limite surreal, preso por um fio, até que outro chute lírico te lembre da realidade. Por sinal, o "chute" mais forte e agressivo por aqui certamente é "The Blacker the Berry". Um desabafo impaciente e impiedoso, sem tempo pra "entendimentos", Kendrick vai direto ao ponto: "You sabotage my community, you made me a killer" "You hate my people[..]".<br /><br />A essa altura, é difícil decidir o que exatamente se está sentindo. É tanta coisa acontecendo em todos os lados desse disco. Tem esse poema falado que assombra o fundo das músicas durante o álbum, ele aparentemente reúne todas as temáticas apresentadas e é revelado por inteiro só no fim do álbum. Divaga sobre a juventude que luta e sobre como é difícil resistir a medida que se fica mais velho. Divaga sobre o futuro da resistência, uma possível revolução, ou se, simplesmente, "vai dar tudo certo no final". Se o caminho é lutar ou refletir, ou os dois. Kendrick questiona suas próprias verdades, percebendo o quanto aprendeu e principalmente o quanto o contexto, a esfera de sua luta é muito maior do que possa compreender. "Você só revida quando eles te colocam na parede?". Os fãs do Lamar vão abraçar essa luta? </span><i style="font-family: Verdana, sans-serif;">"When shit hit the fan is you still a fan?".</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /><br />Esse disco é sensacional. Uma experiência (perdoe o clichê) sonora sem precedentes. Intenso e muito bem montado, talvez o álbum de rap definitivo dos últimos anos.<br /><br />Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=P2oVWZyyaxs" target="_blank">https://www.youtube.com/watch?v=P2oVWZyyaxs</a></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/17127280117338631131noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6471944126851204388.post-42481561715607775422015-03-22T15:07:00.000-03:002015-03-22T15:11:02.611-03:00Aláfia - Aláfia (2013)<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://omenelick2ato.com/files/gimgs/292_alafia-disco-capa_v2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://omenelick2ato.com/files/gimgs/292_alafia-disco-capa_v2.jpg" height="178" width="200" /></a></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nota: <b>8,0</b></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><b>Fernanda Rodrigues</b></span></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><i>E os olhares violento</i></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><i>É do eterno o rebento</i></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><i>Arrebenta, Aláfia!</i></span><br />
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><i><br /></i></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">É assim que termina uma das músicas do álbum autointitulado da banda Aláfia, formada por uma loucura de ritmos misturados desde o início: jazz, hip hop, rap, funk e até mesmo capoeira estão presentes e se revezando o tempo todo a cada música que passa. De início, dá vontade de carimbar a banda como mais uma do afrobeat, mas muito provavelmente isso seria reduzir tudo aquilo que eles querem representar.</span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Pra começar, Aláfia é formada por dez componentes (!?) e todos participam ativamente na construção do disco, o que explica a grande variedade de influências que surgem a todo momento. Eles uniram os batuques do candomblé, o swing da capoeira, cuíca com baixo elétrico e o jazz presente no afrobeat de Fela Kuti para a criação de músicas de forte cunho social, que trazem à tona o preconceito e a discriminação para com as minorias. Além disso, </span></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Aláfia também buscou trabalhar com elementos africanos, apesar de não acreditar naquela África idealizada, à qual todos os negros pertenceriam, mas que, na verdade, só existe na teoria (como eles fazem referência em </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">"</span><i style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Mulher da Costa</i><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">"). </span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">E é aí que eles ganham mais um ponto, creio eu: nessa brincadeira de fugir do idealismo da Mãe África, eles acabam criando uma nova referência pro negro brasileiro, aquele que nasceu aqui, tem descendência de escravos e sofre com o preconceito que já atravessa os séculos. Assim como a banda ainda não tem um ritmo definido, explícito, mas de tudo um pouco, assim é o negro brasileiro: um pouco de colonização, um pouco de matrizes africanas, um pouco de luta diária para superar as barreiras invisíveis. Não existe uma faceta só para esse negro, mas várias, e talvez ele consigo encontrar algumas em Aláfia.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">"<i>Em Punga</i>" é uma das faixas mais marcantes do disco, provavelmente a que mais tem raízes do afrobeat dentro de si e que reserva até mesmo um verso para um ilustríssimo político: "O tempo de punga dá sempre no horário // Gira ao contrário o ponteiro // E o atrasa lado separa // Um pedaço do seu dinheiro pro bolso do Bolsonaro". Uma homenagem simples, singela, só para não deixar passar.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Enquanto isso, "<i>Dono da Minha Cabeça"</i> é a música que mais se aproxima das religiões africanas logo no início, com palavras que até agora eu não consegui descobrir o que significam (fica aí o pedido de ajuda lançado) e "<i>Ela É Favela"</i> como a música mais envolvente da obra, a que nos deixa a dúvida de: o autor está falando de uma mina da favela ou sobre a própria favela? Não sei se foi a intenção, mas a descrição dos versos permitiram uma ambiguidade no mínimo interessante. Pra sanar a dúvida, fui atrás de algumas opiniões sobre o álbum e por acaso achei uma entrevista em que eles falam sobre essa faixa (confira <a href="http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/01/ok-alafia-para-alem-da-africa-teorica/">aqui</a>) e contam que, no fundo, a música é sobre uma mulher da favela mesmo (romance de um dos integrantes). Vale constar que "<i>Ela É Favela"</i> contou com a participação da Lurdez da Luz, uma MC e rapper paulistana parceira de Rodrigo Brandão na banda Mamelo Sound System.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">E por falar em participação, eu gostaria muito de ver como teria ficado "<i>Kwa Lé Ki Pá"</i> (algumas vezes a própria banda troca o nome para "<i>Baile Black"</i>) com alguns versos na voz do Marcelo D2, assim como <i>"Homem Que Virou Música"</i> com uma Vanessa da Mata ou Marisa Monte. Parece meio nada a ver querer misturar essas últimas duas cantoras com um álbum que tem um quê de afrobeat, mas é pra ver como Aláfia é muito maleável, permitindo que até o MPB possa fazer interferências em suas músicas.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Bom, no fim acho que se pode dizer que é um álbum extremamente experimental. Eles jogaram tudo que eles gostavam em uma panela e dá pra dizer que o resultado ficou bom. Se vocês já gostaram de Criolo, Bexiga 70 e até mesmo Tim Maia, muito provavelmente Aláfia vai contenta-lxs tanto quanto.</span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><i>OBS.: significado de Aláfia - é uma palavra de confirmação e plenitude, que significa "caminhos abertos" ou "vai dar certo".</i></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><i><br /></i></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;">Onde ouvir: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=rhNkLTlSY1I&list=PL8EaHn_WNh-3e8QDQ7925cZDf5yoA-ksy">https://www.youtube.com/watch?v=rhNkLTlSY1I&list=PL8EaHn_WNh-3e8QDQ7925cZDf5yoA-ksy</a></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: 13.3333330154419px; line-height: 15.3333320617676px;"><br /></span></span>
</div>
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